segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

SUA MORTE EM BOAS MÃOS


Você possui algum desejo inusitado que gostaria de ter realizado em seu funeral?
Se por acaso sua resposta for sim, então você precisa dos serviços de um sujeito chamado Robert D. Webter.  O americano é agente funerário há mais de trinta anos, e digamos que, ao longo desse tempo, se tornou especialista em atender aos últimos pedidos mais incomuns de seus clientes. E ele resolveu compartilhar suas aventuras funestas, num livro onde conta como foram algumas das situações mais estranhas em enterros.
Só pra se ter uma ideia, o cara já organizou um funeral em que o morto levou uma picape para a sepultura; outro em que o caixão continha uma coleção de revistas Playboy; e um velho milionário que insistiu em ir para a cova, levando consigo um quadro avaliado em mais de cem mil dólares.
O título do livro, “Does this mean you’ll see me naked?”, foi uma ideia que surgiu em conversa com uma amiga da esposa de Robert, que o chamou num canto durante um velório, dizendo que queria que ele cuidasse do seu funeral quando ela morresse, mas que antes gostaria de saber um pequeno detalhe. Ela perguntou: “Você precisa me ver nua para fazer o seu trabalho?”. Segundo Robert, as mulheres são mais recatadas nesse aspecto do que os homens.
Infelizmente essa perola ainda não possui tradução aqui no Brasil, portanto, ainda teremos que esperar um pouco mais para descobrir o que esse povo anda cismando em levar junto, para a morada final...

RESENHA DE LIVRO - O Dossiê Iscariotes


Uma Trama bem elaborada, um thriller de suspense, um autor com anos de experiência em jornalismo, e até título e capa envolventes, foram as premissas de Marcos Losekann para sua primeira investida literária. Sim, pois seu livro, “O Dossiê Iscariotes”, parecia ter todos os ingredientes para garantir seu espaço entre os grandes Best-sellers mundiais.
Contudo, acho que o trabalho do repórter da Globo não foi muito além dessa mesma “Premissa”, o que não quer dizer que seu livro seja propriamente ruim. Eu diria mediano e esquecível.
Uma pena, pois de fato, Losekann tinha em mãos todos os ingredientes para elaborar um excelente trabalho: um enredo bem bolado e anos de jornalismo. Mas talvez essa mesma vasta experiência, que deveria ter sido seu grande trunfo, acabou tendo um efeito contrário, deixando seu trabalho um pouco extenuante.
O romance policial (o autor prometeu que este é o primeiro volume de uma trilogia), conta a história de um correspondente jornalístico (por que será?), Anderlon Gonçalves Valderês, o AGV, que cobre uma série de reportagens que vão desde uma rebelião num presidio de Manaus, que acaba resultando na morte de todos os presos envolvidos e de uma freira, que era mantida como refém; ao assassinato de um seringueiro chamado Chico Mendes. Motivado por seus instintos jornalísticos, AGV se aprofunda nos fatos e acaba descobrindo que a chacina na prisão, foi na verdade um golpe de queima de arquivos.  E conforme a coisa vai se desenrolando, AGV, um homem ateu, se vê em meio á aparições sobrenaturais da freira morta, e outras situações que colocarão é prova todo o seu ceticismo.
Mas se a trama parece envolvente, Losekann peca no desenvolvimento de seus personagens. Praticamente todos são apáticos e sem-graças, começando pela figura principal, o AGV, narrado sempre como um profissional perfeito, politicamente correto, que escreve impecavelmente, é incansável e um perito em investigação. E pra balancear com tantas qualidades, lhe fora atribuído uma saúde debilitada por conta da AIDS. Mas nem isso ajudou a tirar de AGV sua condição de verdadeiro “chato”. Quanto aos demais personagens, diante de um herói tão magnífico, ficaram com a pequenez de coadjuvantes, que nada fazem além de esbarrar na jornada de AGV, para... Para nada.
Outro detalhe que deixou as coisas um pouco ruins foi o estilo jornalístico da trama. Justamente por se tratar de um personagem que rala exatamente na mesma profissão que o autor, a história ficou infestada de situações á cerca das atividades diárias de um correspondente brasileiro. E muitos relatos nesse sentido tornou a coisa meio cansativa...
Acho que Marcos Losekann merece os aplausos por sua ousadia. Porque geralmente quando jornalistas escrevem, contam apenas em documentários suas aventuras ao longo da carreira. E Marcos arriscou-se num suspense literário, no qual provou que possui talento para tal, mas que ainda precisa de amadurecimento nessa difícil arte de desenvolver histórias.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

RESENHA MUSICAL: KORN – Path of Totality


É uma pena ver a ininterrupta decadência de uma banda que foi tão boa, no qual seus dezoito anos de estrada parece não ter lhes fornecido o dom da experiência. Triste, mas a impressão que tenho é que o Korn se cansou, e continua gravando apenas para, digamos, “ganhar mais alguns trocados”. Definitivamente, os bons tempos de Follow the Leader, Issues e Untouchables se foram para sempre...
Em entrevista recente cedida pelo vocalista do Korn, Jhonatan Davis anunciou que os fãs da banda provavelmente odiariam o novo álbum, uma vez que, este seria um trabalho totalmente diferente de tudo o que a banda já havia feito.
De fato, o líder do Korn tinha toda razão em uma coisa: The Path of Totality não é apenas diferente; é ruim mesmo! Contudo, Jhonatan se engana ao pensar que este é o primeiro de seus trabalhos que serão odiados. Pelo menos eu discordo, porque seus últimos álbuns estiveram muito distantes do talento que fez com que o Korn se tornasse uma das maiores bandas de Nu Metal do mundo.
 É claro que a opinião de alguém que foi fã da banda (no meu caso, nos tempos de minha adolescência) pode comprometer um pouco. Mas verdade seja dita: se Jhonatan Davis queria fazer um trabalho tão diferenciado do estilo da banda, que fizesse isso de forma independente. E se não o fez, provavelmente foi porque queria usar o nome consagrado que sua banda possui para garantir vendas e imagem. E mais: se é pra fugir tanto das raízes assim, porque não acaba de uma vez com o Korn, e começa um novo trabalho, uma nova banda, tocando aquilo que ele quiser? Provavelmente isso atrairia novos fãs, que curtirem o novo gênero á que a banda se comprometer, e não lesaria os antigos, que assim como eu, sentem saudades dos velhos tempos...
Esta pode de fato parecer minha resenha mais odiosa. Mas quem curtiu Korn, e ouviu este último álbum, sabe muito bem do que estou falando. E meu conselho para os fãs é: Não perca seu tempo!! Mas se ainda quiser dar uma chance aos caras, como eu fiz, vai notar que, menos de dez minutos ouvindo The Path of Totality serão suficientes para lhe causar náuseas...  

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

RESENHA DE LIVRO - AS AMIGAS DO CLUBE


Uma maré de livros “medianos” tem invadido minha estante nos últimos meses. E este “As amigas do clube” não foi uma exceção. A novela da jornalista e escritora holandesa Saskia Noort, apesar de possuir uma linguagem cativante, peca com sua trama fraquinha e desinteressante. Eu diria que o auge não passa de alguns poucos instante mornos ao longo de suas 352 páginas.
A trama segue envolta de um casal que abandona a capital holandesa, Amsterdam, para começarem vida nova em um povoado no campo. A personagem Karen, que narra a história, logo se vê em um lugar onde seu grande desafio passa ser a adaptação. Com o passar do tempo, ela conquista a amizade de outras famílias, que vivem aparentemente felizes e bem sucedidas. Juntas, elas iniciam uma espécie de clube gastronômico, no qual leva o título do livro.  Contudo, após um incêndio que resulta na morte de um dos personagens, a vida aparentemente perfeita de Karen começa a se revelar um círculo marcado por ciúmes, traições e materialismo.
Como eu costumo sempre apontar, “As amigas do Clube”, vale pela leitura ágil e descomplicada.