domingo, 22 de abril de 2012

RESENHA DE FILME – FÚRIA DE TITÃS 2


Em se tratando de mitologia grega, um mundo tão rico e vasto, é simplesmente inaceitável que uma produção que se arrisque dentro do tema não saiba aproveitar e tirar bons roteiros. E foi exatamente o que os produtores deste Fúria de Titãs 2 conseguiram: a incrível façanha de entregar ao público uma mitologia grega chata e descerebrada. E os caras se superaram, porque esta continuação consegue (podem acreditar) ser pior do que sua antecessora.
Havia um bom orçamento para o projeto? Com certeza sim, porque as sequencias mirabolantes de efeitos especiais estão lá para provar isso, desde os primeiros minutos de filme.
Havia bons atores? Deixe-me ver: um diretor que pode contar com um elenco que tem Liam Neeson, Ralph Fiennes e Sam Worthington (este último tem sido o atual favorito de Hollywood para mega produções), precisa aprender a aproveitar melhor os talentos que possui á sua disposição.
Havia uma distribuidora descente? Apenas um nome em resposta: Warner.
O que certamente não existia era o interesse em fazer um bom filme, mas sim, a intenção de ganhar dinheiro. Li alguns críticos afirmarem que os efeitos 3D ficaram exatamente como o resto do filme: uma merda!
Como não há uma trama, vou falar do que aparece na telona: Tentando levar uma vida simples de pescador, o semideus e destruidor do Kraken, Perseu (San Worthington), se vê novamente tendo que evitar as confusões sem sentido, protagonizadas pelos deuses do Olimpo. Hades (Ralph Fiennes) e Ares (Edgar Ramirez) fazem um acordo com Kronos para capturar Zeus (Liam Neeson). Cabe ao bravo Perseu, ajudado por outras divindades, ir a socorro de seu pai.
 O filme, como já disse, não tem roteiro, é muito óbvio e cheio de atuações sem um pingo de emoção. E quando aparecem algumas criaturas legais e até bem construídas pelos efeitos especiais, a coisa toda parece que começa e acaba num piscar de olhos. É como assistir á uma bola de boliche que derruba todos os pinos em questão de segundos e sem cerimônia.
Certamente nada disso está sendo um problema para a Warner e seus produtores. Uma vez que, os preços inescrupulosos dos ingressos para as sessões 3D certamente estão garantindo os lucros. E caso esses mesmos lucros consigam alcançar o tamanho do Kronos, certamente seremos enganados em breve com mais uma sequencia. E fazer algo pior será, de fato, o grande desafio. Uma vez que, fazer um filme melhor do que esse é coisinha para amador.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

RESENHA MUSICAL: SOULFLY – ENSLAVED


Recentemente a revista Lithium Magazine publicou uma entrevista com Max Cavalera. E como o Soulfly está de álbum novo, deixei aqui um pouco do que foi o bate-papo com o cara:
Lithium Magazine: Você gravou algumas das músicas mais pesadas durante todo este tempo. Você se preocupa com seus fãs, que sempre acham que seu melhor material veio há mais de vinte anos atrás?
Max: Eu realmente não me preocupo com nada disso. Para mim, estou muito feliz com o que faço. Eu realmente não gosto de comparar as coisas. O que foi feito naquela época é diferente de agora. Estou orgulhoso do que fiz anos atrás, mas também estou orgulhoso do que eu estou fazendo agora. É algo particular, dependendo da forma como você se sinta. O importante é continuar e manter a motivação e continuar gravando discos, até você ficar velho e não pode mais fazer isso.
Lithium Magazine: Você sempre ouve os discos antigos então?
Max: As vezes eu pesquiso as músicas para tocar ao vivo. Estamos pensando em tocar coisas do primeiro EP do Sepultura. "Bestial Devastation" foi feito não sei quantos anos atrás, e estamos pensando em tocar uma música deste EP na nossa nova turnê. Então, eu quero voltar para a diversão, colocá-lo no meu iPod e apenas ouvir as músicas novamente. Eu começo a lembrar da gravação e as vezes tínhamos que pegar o material antigo. Foi muito divertido. Normalmente, eu só ouço músicas de outras pessoas.
Lithium Magazine: Você tem algum plano para "Enslaved" - algo que queria tentar e fazer com que ele se destaque mais em comparação com os últimos sete álbuns do Soulfly?
Max: Eu queria fazer um disco realmente extremo. Eu tenho uma banda muito boa, com a chance de trabalhar com Tony (Campos, baixista) e David (Kinkade, bateria). David é um baterista de death metal e ele pode tocar alguns graves muito legais como double bass e blast beats. Ele trouxe um som mais real e mais death metal para o álbum. Eu remodelei o álbum em torno desta idéia que eu tinha de fazer um registro de death metal que soasse sem ser satânico. Tem letras sobre escravidão e política, são temas interessantes. Eu acho que está bem original. Está bem extremo, eu acho que é o registro mais extremo do Soulfly até hoje. Dos oito álbuns do Soulfly, este é o mais extremo e mais brutal. Eu estou feliz com isso. Eu acho que é legal poder fazer este tipo de álbum, com ele sendo o oitavo disco e quinze anos de carreira, estamos comemorando isso. Este é um grande momento para nós, e "Enslaved" é um grande disco para nós entrarmos em turnê agora.
(Fonte: whiplash.net)

RESENHA MÚSICAL: EPICA – REQUIEM FOR THE INDIFFERENT


Ouvir a deliciosa voz de Simone Simons é sempre um grande prazer! E esta satisfação voltou a se fazer evidente neste mais novo trabalho da banda holandesa, intitulado Requiem for the Indifferent.
Desde 2002, ano de início da banda, o Epica tem provado que seu som está á cada ano mais apurado, e seus integrantes mais experientes. Particularmente não achei que este álbum conseguiu superar seu antecessor, Design Your Universe, que acho o melhor trabalho do Epica, mas de qualquer forma, Requiem for the Indifferent não deixa a desejar. Aqui temos pegadas pesadas em meio aos tradicionais elementos progressivos que se tornaram marca da banda. Adicione os belíssimos corais que o Epica aprendeu a mesclar perfeitamente em suas canções. A voz de Simone continua impecavelmente bela, e aparentemente ela se sente mais confiante ao longo de seus anos á frente da banda. O que só contribui, pois o resultado dessa combinação talento-experiência é um verdadeiro show de timbres apurados e em tons precisos, que agradavelmente acompanham a melodia.
Acredito que ao longo de uma década de carreira, o Epica tenha optado por aprofundar seu metal sinfônico, buscando a excelência dentro de um ritmo que aprenderam a desenvolver como ninguém, em vez de tentar a receita da inovação; um caminho que tem se mostrado tortuoso para outras bandas do mesmo gênero.
Se este tem sido de fato a intenção do Epica, a decisão é por demais, acertada!