segunda-feira, 27 de maio de 2013

RESENHA DE LIVRO – O SÍMBOLO PERDIDO


Eis a receita: Insira uma Sociedade Secreta; acrescente um renomado simbologista de Harvard; coloque inúmeras conspirações, códigos e enigmas ocultos por todos os cantos; deixe tudo sob a perspectiva de uma corrida alucinada através de famosos pontos turísticos e históricos de uma moderna metrópole.
Soou familiar?
Não, desta vez não estamos falando de “O Código da Vinci” ou “Anjos e Demônios”, os dois megassucessos do aclamado e polêmico escritor Dan Brown. Mas a verdade inconsequente é que estamos sim, falando de outro livro do cara.
Mas vamos com calma se está pensando em crucificar Dan Brown. Eu diria que exista um importante divisor de águas, que deve ser levando em conta antes de você decidir ler ou não este “O Símbolo Perdido”, quinto trabalho do escritor: é o quanto você já conhece ou não seus livros anteriores.
Se você nunca leu nada de Dan Brown, então a sugestão lhe serve. Aqui você poderá se esbaldar por um delicioso livro, que nas mãos habilidosas de seu autor, consegue mesclar com maestria teorias conspiratórias á cerca de sociedades secretas (no caso aqui a maçonaria), e uma ininterrupta corrida contra o tempo. Um suspense cheio de intrigas, mistérios e simbologia. Tudo descambando num final que não decepciona.
Mas se como eu, você já é conhecedor dos trabalhos anteriores de Dan Brown, provavelmente vai ficar com a sensação de estar diante de mais do mesmo. Vai pensar que tudo o que o autor fez foi mudar a cidade alvo, e assim, utilizar seus monumentos históricos, relacioná-los á teorias conspiratórias (que como eu disse desta vez cutucam a Maçonaria) e inserir um novo vilão que está no encalço dos mocinhos, em busca de desvendar segredos que supostamente poderiam lhe conferir poderes sobre-humanos. Dessa vez o autor preferiu dar uma folga com os conluios á cerca de temas que envolvem religiões e a já tão apedrejada igreja católica.
Mas embora a história esteja distante de ser ruim, também passa longe de algo inovador. Pra você ter uma ideia, aqui temos novamente como principal protagonista (ás vezes nem parece ser tão principal assim), o personagem favorito do autor: o simbologista Robert Langdon, que se vê novamente diante de uma corrida contra o tempo, agora dentro da capital americana, Washington, para conseguir desvendar os mistérios que envolvem os fundadores da cidade, a maioria deles mestre maçons; homens que obtem a posse de um tesouro capaz de dar poderes incalculáveis á quem nele puser as mãos. E outra vez, somente Langdon possui o conhecimento para desvendar os inúmeros códigos e segredos maçônicos, e assim salvar a humanidade de mais uma eminente catástrofe... Particularmente eu sempre achei o personagem um “mauricinho” exageradamente aflito, molenga e chato. Mas sua personalidade não chega á estragar o andamento da trama.
Quanto aos prós, temos aqui descrições magistrais dos principais pontos da capital americana: o Capitólio, a Biblioteca do Congresso, a Catedral Nacional e o Centro de Apoio dos Museus Smithsonian. Além de que, é fato que ler os livros deste autor é certeza de mais diálogos charmosos onde as conspirações parecem cheias de fundamentações. É ficção com cara de história.
Pra quem ja é acostumado ao estilo de Dan Brown, talvez não encontre grandes emoções aqui; para os fãs do autor,  não preciso dizer nada; e finalmente á quem jamais teve o privilégio de conferir o trabalho do cara, eu recomendo. É leitura intrigante, cheia de detalhes ricos e uma história surpreendentemente arrasadora.