sábado, 30 de novembro de 2013

RESENHA DE LIVRO – NO ESCURO



Uma história que narra a crueldade de um relacionamento abusivo; um homem que inicialmente é sinônimo de perfeição masculina e aos poucos muda completamente, ou mesmo se deixa exibir o seu lado neurótico e perverso; uma mulher traumatizada por conta dos maus tratos vividos nas mãos de uma mente doentia.
Provavelmente você já deve ter imaginado uma dúzia de filmes, novelas, livros, entre outros, que segue a linha narrativa citada acima. Pois estes são alguns dos ingredientes que foram combinados á exaustão pelas mídias. Mas a grande sacada da autora Elizabeth Haynes neste tenso “No Escuro” é a forma com que ela montou tudo isso. E convenhamos, na atual vastidão da indústria do entretenimento, é a reinvenção que se sobressai ao novo. Atualmente quase nada se cria; tudo se recria. E aqui a autora foi brilhante na condução e montagem do texto. Haynes nos apresenta sua história em curtos capítulos de diferentes épocas de sua personagem principal.

Deixe-me explicar melhor:
No Escuro conta a história de Catherine, uma mulher solteira, bem-sucedida, alegre e que gosta de curtir a vida, como qualquer jovem adulto descompromissado. Isso no passado, porque quatro anos depois ela é Cathy, uma mulher completamente insegura, neurótica, portadora de transtorno obsessivo-compulsivo, traumatizada por algo que lhe aconteceu no passado. E a trama segue em curtos capítulos, que se alternam entre passado e presente, para contar o que aconteceu e fez com que uma mulher saudável se transformasse numa criatura vulnerável e traumatizada. O leitor é levado do passado ao presente, e pouco-á-pouco vai entendendo o que aconteceu com a personagem, e o que está acontecendo agora. Uma sacada criativa, que deu consistência á um roteiro que não tinha nada de inédito.

Narrado em primeira pessoa, No Escuro consegue ser assustadoramente convincente. Ás vezes ficamos com a sensação de que estamos lendo uma matéria verídica de uma mulher que sofreu nas mãos de um namorado desequilibrado e violento. A linguagem é extremamente fácil e flui com total facilidade e compreensão.
É um livro que certamente agradará até ao mais exigente dos leitores. Não por acaso, Elizabeth Haynes tem sido apontada pela mídia como uma referência da era moderna na literatura.

Eu gostei muito. Tanto, que comprei o mais novo lançamento da autora. Recomendo esta pérola, principalmente aos leitores iniciantes, porque a linguagem é muito gostosa e fácil. Mas só leve este livro para casa, se você realmente não se importar de passar alguns tensos momentos... No Escuro.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

RESENHA DE LIVRO – A REMINISCÊNCIA OCULTA


Era o ano de 2007, eu havia começado minhas primeiras tentativas em escrever textos e contos, e estava completamente obcecado por transferir minhas ideias mais antigas para o papel, ou melhor, para o computador. Queria de alguma forma poder contar as histórias que estavam guardadas na minha mente, como se meu tempo de negação á elas estivesse me causando uma espécie de acúmulo de imaginação.
Eu precisava expor meus pensamentos. E escrever se tornou uma forma de exorcizar minhas manias, as raivas, minhas esquisitices... Enfim, eu queria contar o que sentia.
E entre diversos textos que escrevi de maneira quase que obstinada, um deles eu havia intitulado como “A Inocência Oculta”. Era a história de um rapaz que se muda para uma casa onde habita o fantasma de uma garotinha.
Levei mais ou menos um ano para finalizar o texto, que na época continha quase 400 páginas. E o simples ato de concluí-lo foi como uma vitória pessoal. Eu me senti realizado, pleno. Havia conseguido contar aquela história inteira e era como se um peso houvesse saído de minhas costas.
Mal sabia que naquele momento eu havia terminado apenas em torno de 1% de todo o trabalho que ainda estava por vir. Só que eu não sabia disso; tudo o que eu queria era ver aquela minha criação em sua versão física e inteira, escancarada orgulhosa entre meus dedos. Então fiz uma impressão do rascunho e mandei encadernar. E finalmente disse á mim mesmo:
“Bom, agora vou dar uma rápida lida, só para checar se ainda há algum erro ortográfico ou de concordância”. Imaginei que seria algo corriqueiro, apenas para averiguar que meu tesouro realmente estava reluzindo como eu achava.
E fiquei não menos que chocado com o que vi... Quase não reconheci meu próprio texto.
A primeira coisa que notei, e hoje sei como verdade, é que quando se começa a contar uma história, ela nunca segue a risca aquilo que se imaginou inicialmente. Ela acompanha á essência, porque quem está escrevendo sabe aonde quer chegar, mas o caminho é completamente desconhecido. É como se o próprio texto adquirisse vontade e seguisse seu rumo sem nenhuma certeza de onde irá chegar. Depois vi minha cara corar com os erros grotescos de gramática, de concordância e até mesmo de adequação aos detalhes do texto; alguns até bobos, como dizer que está chovendo e segundos depois afirmar que o sol estava radiante no céu. Os sustos que eu levava com meus equívocos eram tão grandes e intensos, que não foi preciso mais do que três páginas de releitura para que meu entusiasmo murchasse totalmente, se transformando numa ardilosa e acusadora baixa-estima.
Então os anos que se seguiram foram de uma luta constante por colocar a casa em ordem. Mudar capítulos inteiros; retirar frases insossas; inserir diálogos melhores e mais claros; aprender fazendo; elaborar ideias mais objetivas; tornar minha própria invenção mais bonita e enxuta.
Ah, e o melhor de todos os aprendizados: humildade.
Sim, meu texto não era aquilo que eu imaginava que fosse, mas o que precisei aprender na marra é que eu também não sou quem eu pensava. Sou um eterno aprendiz de literatura. E entendi que o ato de escrever para aliviar as ideias da mente é uma atividade que não se esgotaria jamais. Porque justamente isso que eu encarava como uma “atividade”, hoje eu vejo como um prazer. Escrever é algo que faço porque gosto. Não sei dizer se é bom ou ruim, mas foi a única coisa que fiz na vida e que me proporcionou uma deliciosa sensação de leveza; de paz de espírito.
E enquanto essa fonte não se esgotar eu continuarei escrevendo. Porque é isso que amo fazer.
Aquele texto de 2007 hoje se chama “A Reminiscência Oculta”, e é a primeira vez que estou expondo um trabalho meu para o público em geral. Não para obter apenas lucros, mas se ao menos uma única pessoa gostar, ou se pelo menos este e-book contribuir para instigar a leitura na vida de alguém, isso já será uma grande conquista.
E aos interessados e curiosos, segue abaixo o link para quem quiser obter este que é meu primeiro trabalho literário:
Espero de todo o coração que gostem. E me desculpem pelos erros e inconveniências ao longo do texto. Porque mesmo após todo empenho e dedicação que dispensei, estou ciente de que este jamais esteve sob os cuidados de um verdadeiro profissional.
E quero agradecer á minha esposa, Aline. Por toda ajuda e paciência ao longo desses anos.

sábado, 2 de novembro de 2013

RESENHA DE LIVRO – PORQUE VOCÊ É ASSIM


Este é mais um livro da série “Como As Pessoas Funcionam”, que a revista Superinteressante fez. E o título deste que acabo de ler chama-se “Porque Você é Assim”.
O livro foi escrito por Otavio Cohen, jornalista e repórter da revista que encabeçou este projeto, que além deste, também conta com os volumes “Amor” e “Ansiedade”.

O tema abordado aqui gira em torno do nosso comportamento e busca tentar entender porque somos como somos, exatamente como propõe o título deste volume. O autor vai em busca de conteúdo para tentar explicar porque você adquiriu algumas manias, as quais você mesmo já deve ter notado que não consegue se livrar. E como geralmente acontece com as matérias feitas pela revista Superinteressante, Otavio trabalha principalmente por intermédio das bases cientificas para rechear seu livro e tentar explicar alguns traços de nossa personalidade, assim como fazer-nos entender que algumas dessas manias comportamentais podem ser mudadas ou melhoradas.

Aqui encontramos conteúdos que vão desde timidez, indisciplina e otimismo, explorando até mesmo hábitos comuns do dia-dia, como falar mal dos outros. Tudo exposto numa linguagem simples e fácil, fazendo com que temas complexos se tornem uma leitura divertida.
Porque Você é Assim não é apenas, ou exatamente, um livro de autoajuda, mas é principalmente uma reportagem ampla e bem elaborada, que ajuda a mostrar com um pouco mais de clareza e percepção, aquilo que nós somos e a maneira como nos comportamos. Penso que a ideia deste livro foi um tanto apropriada, pois um assunto tão amplo e controverso, como o nosso comportamento inconstante, não caberia numa pequena matéria de revista. É leitura boa, rápida e, exatamente feita dentro dos ideais dos caras pro trás deste projeto, uma matéria superinteressante.