Foi preciso elevado esforço
para conseguir chegar ao final desta obra de título fraseado, trama sonolenta e
personagens apáticos. Sinceramente nem sei explicar quais teriam sido as razões
que me despertaram o interesse neste livro, talvez folheando algumas páginas eu
tenha gostado de sua essência coloquial... Enfim.
QUANDO
O NOSSO BOTECO FECHA AS PORTAS é um trabalho morno para
dizer o mínimo, que narra a primeira aparição de um personagem famoso, criado
pelo autor Lawrence Block. Eu soube
posteriormente que, embora aqui nos deparamos com a primeira história do
detetive Matt Scudder, as aventuras mais famosas do personagem já haviam sido
publicadas. Portanto, estamos diante de uma história que conta como tudo
começou na carreira do herói, logo, os fãs do detetive devem ter gostado da
obra.
Matt Scudder é um
ex-policial que agora faz trabalhos particulares como detetive e passa a maior
parte do tempo perambulando de um boteco para o outro, na irreverente Nova York
do final do século XX. A bebedeira constante e que explica o título brega, nos
remete à vida de um personagem estereotipado que aparentemente está entregue ao
alcoolismo, muito embora isso não seja evidenciado pelo autor. E mesmo sob o
efeito dos destilados, o detetive parte ao encontro com casos os quais foi
contratado para resolver, transgressões típicas que ocorrem nas grandes
metrópoles.
Infelizmente nada aqui
funciona muito bem. E desconfio de que uma familiaridade com as aventuras do personagem
em outros de seus livros, pudesse contribuir para deixar a trama menos insossa
(mas é apenas uma hipótese, pois não li outras histórias dele). Matt é um homem
com poucas personalidades que despertem alguma atenção, também não possui
nenhuma originalidade. Sua aventura aqui não detém o característico clima
desafiador que permeia os livros de cunho investigativo. Os diálogos são
maçantes e não há nenhum personagem coadjuvante que ajude a resgatar o leitor
dos constantes bocejos.
Vez ou outra podemos nos
deparar com alguma situação em que o detetive vai ao encontro de uma pista
aparentemente quente, o que faz surgir uma pontinha de esperança em relação à
obra. Mas então na página seguinte encontramos Matt outra vez se embebedando
num boteco qualquer, quase sempre na companhia de personagens esquecíveis.
NOTA: 2,5