Por cerca de pouco mais de
uma semana eu estive na agradável companhia de Mario Prata (calma, não precisa
morrer de inveja. É que tem cronistas de cunho tão palpável, que não há outro
jeito de expressar a prazerosa companhia de seus livros). Funcionava assim: eu
me sentava no banco da praça, retirava o marcador de página e então, ouvia
(lia) suas divertidas vivências.
Vez ou outra era feito uma
pausa na prosa, meu eu inserido no mundo físico precisando olhar um pouco para
o cenário, intencionado em vislumbrar aquilo que meu periódico companheiro
tinha dito (escrito). Neste instante, eu viajava para dentro da subjetividade,
e via o mundo a partir da perspectiva pratiana;
Refleti sobre os TIPOS DE
HOMENS, indignei-me com A PERUCA, dancei no BAILE DE DEBUTANTES, babei horrores
vendo A MULHER QUE FUMA, senti-me culpado perante a CULPA, quis dar uma tecladinha com A MÁQUINA DA CANABRAVA,
concordei com a ideia de que FILHO É BOM, MAS DURA MUITO, acenei entusiasmado
NA ESTRADA COM DANUZA, descobri então que FOI O CRIADO MUDO QUEM CONTOU,
aproveitei o intento para atestar com O CARIMBO, irritei-me por causa do
PERNILONGO, procurei por todos os cantos por ONDE ANDARÁS O PEREIRA, assenti
quanto da intimação para que OREMOS, MICTEMOS E SAREMOS... E só então eu resenhei
meus instantes com o Mário, pois também vivo um AMOR SÓ DE LETRAS...
Mario Prata é um sujeito
simpático, expectador de bem com a vida, fotógrafo sem câmera da existência.
Seu instrumento é apenas a boa e velha máquina de escrever em sincronia com seu
divertido ponto de vista.
Desse modo, a inesgotável
genialidade pratiana começa desde o
princípio que era o verbo, passando por uma análise sobre Deus que não tinha
com quem conversar. Metemo-nos entre suas criações mais distintas, fomos aos
lugares mais inusitados e dentro destes, o altíssimo encheu o mundo de
coisas... E finalmente desembarcamos no Brasil, onde a divindade nos ofereceu a
famigerada Copa do Mundo, para que nos deleitemos de verde e amarelo...
Sim, já seria um livro
fantástico se fossem apenas as cem melhores crônicas. Mas no universo de Mario
Prata não dá pra apertar tudo numa escassa centena... Portanto, entregou-nos
aqui esta fabulosa CEM MELHORES CRÔNICAS (QUE NA VERDADE, SÃO 129).