sábado, 27 de julho de 2013

RESENHA DE LIVRO – O PODER DO AGORA



Eu ainda preciso do meu passado.

Retornar ao meu passado, ás vezes serve para que eu tome consciência da pessoa melhor na qual eu me tornei. Serve para que eu me lembre de que hoje possuo uma vida mais confortável, independente e feliz. Retornar ao passado é como uma injeção que ativa as boas memórias, que são constantemente anestesiadas pela minha mente, que embora seja uma ótima máquina de aprender, ainda vive viciada em pessimismo.

Mas é justamente esse o maior pecado que eu poderia cometer, segundo o autor Eckhart Tolle: que é voltar ao passado.

Até certo ponto, seu livro de autoajuda intitulado O Poder do Agora, tem fundamento. Se tivermos a paciência e humildade (não se engane; é preciso muita humildade pra se conseguir enxergar a própria mente, com total discernimento), veremos que nossa mente passa a maior parte do tempo vagando, ora no passado, ora no futuro. E o malefício disso é que geralmente nosso pensamento viciado em desgraças, só resgata do passado aquilo que nos foi trágico ou doloroso. E quando ele vai ao futuro, nos preenche com ansiedade e descontentamento. E as técnicas ensinadas aqui pelo autor, possuem o intuito de nos manter aqui, nesse inexplorado lugar chamado agora. Dai o título do livro.

Estar no agora é, segundo o livro, a chave para se conseguir alcançar a tão sonhada iluminação espiritual que nós seres-humanos tanto almejamos. Viver no Agora é o melhor caminho para a felicidade plena.

O conteúdo do livro é bom; o autor optou por uma linguagem simples, que segue um formato feito de perguntas e respostas. Algumas técnicas também realmente funcionam; porque de fato, usar nossa mente indisciplinada para ir ao passado, só serve para envenenar o presente. Da mesma forma, vagar por um futuro que obviamente não existe, acaba por nos deixar deprimidos e ansiosos. O ideal para a maior parte das pessoas é que realmente fiquemos aqui, no agora. Porque o presente sempre será mais seguro.

Contudo, para um leitor constantemente faminto por conhecimento, e que adora estar aprendendo mais sobre comportamento e disciplina mental, a ideia do livro acaba se tornando algo um pouco repetitivo e ás vezes até meio forçado.

O que quero dizer, é que já li muita autoajuda e psicologia em meus anos de leitor. E as tantas ideias que são apresentadas por diversos autores e suas distintas propostas, acabaram fazendo com que O Poder do Agora soasse como uma espécie de ensino básico para mim. Outra coisa que me incomodou durante a leitura, foi a postura algumas vezes exagerada, á ponto de se torna um pouco arrogante, por parte do autor. É como se ele tentasse vender sua ideia, como se ela fosse o único meio de conquista espiritual, e ele próprio, o único que á conseguiu alcançar até o momento.

Não sei, mas esta pode ser a minha resenha mais sincera. Não que as outras não sejam. O quero dizer é que minha opinião aqui, talvez seja demasiadamente exclusiva ou incompreendida por quem já leu este livro.
O fato é: o livro não é ruim. Só que autoajuda é um pouco complicado de se resenhar justamente por conta da particularidade de quem lê. Mas a realidade é que aqui há um conteúdo interessante, no qual até certo ponto eu concordo, e é um trabalho recheado de técnicas para se aprender a conviver onde precisamos estar... No Agora.

7 comentários:

  1. Oi adorei.. muito obrigado, depois de ter lido sua resenha...me interessei pelo livro....mas vc já leu o livro reverso ... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo.
    www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?

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  2. Beleza, vou dar uma olhada em sua dica, Juliano. Parece um bom título. E obrigado por sua visita...

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  3. meu amigo, recomendo que vc apure seu auto olhar, apure suas questões de ego, pois a sua fala de que o autor parece querer impor sua teoria, que o autor parece querer dizer ser ele o único a atingir a iluminação, isso está dentro de vc, vc está falando da tua programação pois o autor apenas é contundente na explicação de um conhecimento que existe e tem fundamento e que já vem da história antiga, mas ele não o faz da forma que sentes, são questões tuas que estão fazendo vc ver dessa forma

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    1. Saudações, meu caro.
      Primeiramente, quero lhe agradecer por sua visita.
      Acho que você sugerir que eu deva apurar meu auto olhar e minhas questões de ego, tratam-se de um pequeno equívoco em sua interpretação sobre a minha resenha. Sempre que eu termino uma leitura e escrevo a resenha, esta receberá sempre a minha opinião pessoal. Costumo apontar tudo o que concluí como interessante e também os pontos que achei ruins no trabalho. Se você observar, esta mesma resenha que você julga ter sido condenadora por mim, está recheadas com os pontos positivos que apontei. Não há lugar para ego no que escrevo. Eu o faço por puro prazer pela escrita.
      Gosto de pensar que se o propósito de uma resenha não for a exposição daquilo que se pensa, então esta se torna desnecessária, banal e vazia.
      Espero que você ao menos compreenda: quando você lê uma resenha, você está vislumbrando a opinião de alguém. Não precisa concordar com o que o autor pensa, mas apenas respeitar a liberdade de opinião.

      Grande abraço!!

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  4. compreendo sim Michel, mas opinião é diferente de afirmação e nossas opiniões vem de duas fontes: do pensamento ou da consciência. primeiro - quando vc diz ter se sentido um pouco "incomodado" vc está falando através do pensamento e não da consciência, a consciência não julga, apenas observa, logo seu sentimento de que o autor tenta impor ou coisas dessa ordem vem de dentro de vc, se o autor está ou não fazendo isso somente ele pode dizer, eu não sinto nem um pouco dessa forma, ele apenas usa uma didática para passar um conteúdo que é de difícil ser passado e por isso algumas coisas parecem até repetitivas, mas veja bem que ele está falando de uma mudança de uma lógica social ocidental impregnada nessa civilização e não será com poucas palavras que conseguirá isso. Ao se sentir Incomodado vc revela teu olhar julgativo e não analítico apenas, consciência é contemplação, não julgar, não tem ego
    Grande abraço!

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    1. Eu discordo, parceiro.
      Penso que opinião, nada mais é do que uma afirmação pessoal. O que muda são opiniões divergentes ou aquelas que são pobres em sua base fundamental. E quanto á analizar, esse é um jeito simpático de camuflar o que na verdade é um julgamento. Em outras palavras, analizar e julgar, também são as mesmas coisas... Mas sei perfeitamente que quando uma discursão sobre alguma resenha que fiz, torna-se motivo de prolongadas tentativas de imposição (como está acontecendo entre nós), fica claro que só o que aconteceu foi uma discordância entre pontos de vista. Quero concluir essa réplica, deixando claro que eu não repudiei o livro em questão. Pelo contrário; o tema do autor é por demais original e inspirador. Mas querer cobrir algumas pequenas falhas no texto, algo que pode acontecer até com os mais brilhantes mestres da literatura, seria o mesmo que deixar de lado a verdadeira essência de uma resenha: o compromisso com o real discernimento.
      Só fica uma dica: em seus próximos comentários, esteja á vontade para discordar e condenar a resenha, como achar melhor. Mas jamais direcione sua indignação ao autor. É um pouco antiético.
      Abraços!!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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