Este é mais um daqueles
livros que eu retiro da prateleira de promoções, sem sequer me dar conta de que
estou diante de um autor aclamado por outra obra. PEREGRINOS veio parar em minhas mãos porque eu aprecio o gênero
Contos, e dando uma breve analisada na contracapa e nos textos de orelha,
resolvi comprá-lo.
A autora se chama Elizabeth Gilbert e ficou famosa
mundialmente por uma obra de outro gênero que não li e nem tenho interesse,
intitulada COMER, REZAR, AMAR (o marketing editorial não nos deixa esquecer,
colocando uma lustrosa etiqueta na capa para que você saiba que está levando
pra casa uma autora de sucesso). Portanto, bem diferente de muitos leitores
brasileiros, eu não adquiri o livro aqui resenhado por conta de sucessos
passados. De fato, eu não conhecia nenhum trabalho da autora.
A coletânea de contos nos
remete ao que o título sugere: personagens em diferentes situações de
transitoriedade, de migração existencial, algumas situações chegando a anunciar
uma pegada mais subjetiva, algo que deixaria a reflexão a cargo do leitor...
Mas infelizmente foi a ausência de intensidade no livro que não permitiu que o
mesmo funcionasse.
Eu explico meu ponto de
vista:
Elizabeth
Gilbert narra seus contos de forma restrita; não parece haver
nenhuma preocupação com linearidade, os textos parecem fragmentos extraídos de
contos maiores. Tudo bem até aqui; penso que este tipo de narrativa atiça a
imaginação e pode contribuir muito no quesito charme. Contudo, a autora exagera
nos termos técnicos, faz muita referência geográfica e social, esquecendo-se de
inserir aspectos particulares e intrínsecos em seus personagens. Por vários
instantes fiquei com a sensação de estar lendo uma matéria de jornal ou
revista, cujo conteúdo não vai além do meramente informativo.
Outra coisa que incomodou
bastante foram os diálogos entre os protagonistas. Além de serem extremamente
maçantes, as conversas parecem ter sido elaboradas por sistemas operacionais
que tentam, sem sucesso, imitar o colóquio humano. Algumas falas soam tão
artificiais que me fizeram rir, não pela situação em si, mas por conta das
expressões robotizadas.
Já no primeiro conto, fui
acometido de certa estranheza. Afinal, como se trata de uma coletânea é normal
que alguns textos sejam melhores do que outros. Mas numa análise final, este é
mais um livro esquecível, de textos que oscilam entre o mediano e ruim.
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