Talvez esta seja uma de
minhas resenhas mais pessoais e menos técnicas feitas recentemente. Portanto,
se estiver procurando sugestão a fim de saber se você deve ou não ler este CARREGANDO O ELEFANTE, receio que tudo
o que estiver escrito aqui não lhe servirá como indicativo.
Começo fazendo esta observação
por uma razão que considero crucial: embora não tenha gostado muito do livro,
estou convencido de que este é um conteúdo de inserção eficientemente básica àqueles
que estejam procurando um ponto de partida para entender a nossa ardilosa e
dissimulada política atual.
CARREGANDO
O ELEFANTE é um livro cujo conteúdo expõe de modo simplificado as
razões pelas quais o Brasil não consegue sair do lamaçal fétido e vergonhoso o
qual os nossos governantes nos atolaram. Aqui podemos encontrar os princípios
básicos da problemática econômica e social, as agruras de um sistema
centralizador, o nosso atual Estado insondável e os privilégios faraônicos que
gozam os nossos governantes. Atrevo-me a dizer que o conteúdo é tão trivial que
poderia ser usado até como ferramenta inicial para os estudantes que estão ingressando
no ensino médio (lugar que infelizmente ainda se encontra completamente obscuro
se pensarmos em política e economia).
Portanto, os autores Alexandre Ostrowiecki e Renato Feder aparentemente fizeram este
trabalho numa tentativa nobre de alcançar o leitor leigo que ainda olha para os
costumeiros autores que escrevem sobre política como se eles fossem alienígenas
incompreensíveis. Eis então o motivo que me leva a crer que este livro não deve
jamais ser desprezado: toda e qualquer tentativa de reverberar e expandir a
mente propositalmente obscurecida da maioria dos brasileiros será sempre uma
proposta bem-vinda.
Outro aspecto positivo é que
os autores disponibilizaram a versão e-book gratuitamente no site deles, o Ranking Político. Aliás, eu considero este
site ferramenta ainda melhor e mais eficaz até do que o livro. Nele se pode avaliar,
num ranking de pontos pensado pelos organizadores do site, a eficiência de cada
parlamentar eleito em nosso atual congresso.
Mas como resenhista eu preciso
salientar que nem tudo são acertos. O livro apresenta alguns problemas estruturais
e conceituais. A diagramação é feia, mas em se tratando de um conteúdo
gratuitamente disponibilizado, isto não chega a ser um problema (eu li em formato e-book). Bem mais
incômodos são os muitos erros gramaticais ao longo de toda a obra.
Já em relação ao conceito,
sabemos que não se trata propriamente de erro, mas sim de discordância. Por
toda a narrativa os autores explicitam de forma contundente que a privatização
seria incontestável solução para o país. E opiniões à parte, sobre, isso o que
incomoda é que eles apenas apontam a referida direção, mas não aprofundam em
argumentos. E embora saibamos que de fato alguns aspectos sociais não fazem
sentido continuar sendo mantidos sobre responsabilidade estatal, é preciso cautela
para outros, cuja sugestão de privatizar carece de maior discernimento.
Além de tudo o que disse, no site deles, que rankeia a atuação política desde 2015, não há a atuação de Jair Messias Bolsonaro. Por quê?
ResponderExcluirSuponho que o critério do site seja o de ranquear senadores e deputados federais. Como Bolsonaro agora é o presidente ele deixou de aparecer no ranking.
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