quarta-feira, 14 de março de 2012

RESENHA DE LIVRO - O Último Irmão

Foi durante um passeio no shopping em nossa última viagem de férias, que minha esposa descobriu, por acaso, um dos livros mais incríveis que já li. Estávamos fazendo um de nossos hobbies favoritos: vasculhar livrarias á procura de novidades.  De modo involuntário, ela desenterrou de uma enorme banca de promoções, um livro pequeno e aparentemente inexpressivo intitulado “O Último Irmão”. Com ar indiferente ela leu a sinopse, e em seguida, me entregou dizendo: “Vamos levar este também. Acho que deve ser legal”. Mal fazíamos ideia de que acabávamos de colocar as mãos numa das mais brilhantes obras literárias atuais.
A autora, que até então eu desconhecia, Natasha Appanah, nos brinda com uma história bela e comovente de amizade, no auge de sua pureza. Narrada em primeira pessoa, a sensibilidade expressadas no texto é indescritivelmente real e fascinante. É quase impossível não viver os sentimentos dos personagens: uma amizade cristalina como a água de uma nascente.
Um velho chamado Raj é quem conta a história de sua infância aos nove anos. Filho de uma mãe submissa e dedicada e um pai alcoólatra e violento. Desconhecedor do mundo e das tragédias (o ano é 1944, já da pra imaginar que tipo de tragédia, né?) que ocorrem fora da pequena ilha onde vive, Raj precisa lidar com a vida pobre e o trauma da morte de seus dois irmãos.
Em uma prisão para refugiados judeus, ele conhece David, garoto órfão, da mesma idade. De imediato, ambos reconhecem um no outro, a gostosa inocência de uma amizade infantil. É essa relação dos dois amigos o ponto chave da história. E embora seja um pouco triste, a autora não deixa o texto cair na pieguice.
Li alguns comentários maldosos na internet, afirmando que "O Último Irmão" trata-se de uma cópia descarada do livro "O menino de Pijama Listrado". Embora de fato ambos girem em torno da amizade entre dois jovens amigos, assim como as dificuldade em que a atual situação os coloca, as coincidências param por ai. O livro de Natasha Appanah mantém o foco na visão do narrador da história, deixando claro apenas o ponto de vista de um menino. Enquanto no livro de John Boyne, a coisa parece ser mais ampla, retratando alguns aspectos como preconceito e indiferença social.
O Último Irmão é um livro é simplesmente magnífico, gostoso de ler e emocionante ao extremo! Não é por acaso que o deixo como livro indicado pelo blog neste mês.
Aos amantes de literatura, fica a dica...

3 comentários:

  1. Natasha Appanah e nós sabemos o quanto esta preciosidade descrita é valiosa em nossa vida, anjo: Amizade cristalina. Você captou a história de tal forma que deu para sentir sua emoção nesta resenha. Obrigada pela dica, anjo amigo. Beijos

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  2. Não consigo selecionar meu perfil, anjo. Por isso coloco como anônimo viu? Não sei o que acontece.(Carmem)

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  3. Sem problema, anjo... O importante é receber sua sempre bom-vinda, visita...

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