quarta-feira, 2 de maio de 2012

RESENHA DE LIVRO – Resistência


O que dizer do livro de Agnès Humbert, além de apontar toda a intensidade e engajamento da autora? Penso que a dificuldade em avaliar se da ao fato de que este livro nada mais é do que o diário da própria Agnès, escrito durante a ocupação da França pelo exército nazista durante segunda guerra. A impressão que temos é de estar lendo não apenas mais um livro de história da guerra, mas sim, um verdadeiro documentário á cerca da resistência humana, de pessoas que, expostas ao limite do impensável, sobreviveram corajosamente ás atrocidades do holocausto.
Conforme conta seu diário, Agnès juntamente com seus colegas do Museu do Homem em Paris iniciam um dos primeiros movimentos de resistência francesa, que foi o jornal Résistance. Mas a coisa acaba dando errado e o grupo vai parar nas mãos da Gestapo. Fato consumado, Agnès é deportada para a Alemanha e submetida á trabalhos forçados como prisioneira.
É claro que, como se trata de um diário, a autora não tinha como relatar em seu diário, durante o período em que esteve presa. Contudo, assim que fora libertada Agnès se dedicou á registrar tudo que estava em sua memória, dando continuidade ao seu trabalho. Outra questão interessante e curiosa é o fato de os homens da Gestapo não terem conseguido pôr as mãos no diário, uma vez que, obviamente a casa de Agnès Humbert fora minuciosamente revistada quando ela foi presa.
Defino o livro como sendo o trabalho magnífico, de uma mulher motivada pela vontade de eternizar e fazer com que suas memórias não sejam esquecidas jamais. Mesmo após tantos anos nos quais o tempo é sem dúvida um inimigo implacável. Exatamente como diz um dos membros da resistência no livro:
“Que se faça justiça á nossa lembrança após a guerra, é o que basta. Além disso, nossos companheiros do Museu do Homem não nos esquecerão.”


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