A primeira vez em que eu ouvi o som da banda sueca DRACONIAN, foi como se o tempo e espaço tivessem estagnado. Fiquei completamente entorpecido pela grandiosidade de sons arrastados, cheios de pesos atmosféricos e vocais que se alternavam entre rasgados e líricos.
Antes mesmo daquele dia, eu já tinha plena consciência da obscuridade, e porque não dizer, da melancolia, que é curtir um Gothic/Doom, estilo esse que o DRACONIAN apresenta em suas canções. Eu também tinha consciência de que pouquíssimas bandas dentro desse estilo haviam chamado minha atenção.
Mesmo assim, o som do DRACONIAN me fez parar. Como poucos fizeram até hoje.
E me apaixonei perdidamente, caros leitores...
Então, como costumo fazer com bandas que gosto, passei a “investigar” um pouco mais sobre a história, as influências, o estilo, e as raízes daqueles que fizeram com que eu finalmente apreciasse o Gothic/Doom, de um jeito que eu jamais havia pensado ser possível. E como também sou amante de literatura, disponibilizei um pouco do meu tempo para me dedicar á conhecer as composições dos caras... E o que vi só reforçou minha admiração pelo trabalho do DRACONIAN. Porque definitivamente o que a banda faz, é justamente introduzir guitarras pesadas em poesias...
Essa é a maior razão desta homenagem.
E você pode até não gostar do som do DRACONIAN. Mas se você é amante de literatura, como eu, terá que admitir que as letras dos caras, é conteúdo pra deixar muito poeta que se preze por ai, de queixo caído:
A Phantom Dissonance
The chorus of life has spoken;
Past has the child of reason.
Fading through winters' lonely passage
We crawl at the feet of evolution
Some became kings and some became gods
and the rest just followed,
swallowed their freedom and joined the charade
We did not realize we all had lost,
we locked the door and hid our shame
in this environment of fear
A hopeless scenario of apathy unleashed,
a dreadful travesty captured and revealed ...
Shown under a cloak of loud indifference,
where the human stain kisses the pestilence
Gather for life's final hour
Cold hands reaching for the fire
Some became wolves and some became sheep,
and eyes sown shut governed our frozen
perspective of the world
We did not realize we all had lost;
we locked the door and hid our shame
in this environment of fear
A phantom dissonance;
The quiet storm erupts the eminence...
of sickness born
A hopeless scenario of apathy unleashed,
a dreadful travesty captured and revealed...
Shown under a cloak of loud indifference,
where the human stain kisses the pestilence.
## (TRADUÇÃO) ##
Uma Dissonância Fantasma
O coro da vida foi dita;
O passado foi o filho da razão.
Desvanecendo pelas passagens dos solitários do inverno
Nós rastejamos aos pés da evolução
Alguns se tornaram reis e outros, deuses;
E o resto apenas seguiu,
Engoliram sua liberdade e juntaram-se à charada
Não demos conta que todos nós perdemos,
Trancamos a porta e escondemos nossa vergonha
Nesse meio ambiente do medo
Um cenário desesperançoso da apatia foi desencadeado,
Uma medonha caricatura foi capturada e revelada...
Mostrada sob um manto de ruidosa indiferença,
Onde máculas humanas beijam a peste
Se reúnem para a última hora da vida
Mãos geladas chegando para o fogo
Alguns tornaram-se lobos e outros, cordeiros,
E olhos tampados governaram nossa congelada
Perspectiva do mundo
Não demos conta que todos nós perdemos,
Trancamos a porta e escondemos nossa vergonha
Nesse meio ambiente do medo
Uma dissonância fantasma;
A tempestade silenciosa irrompe a iminência...
Da doença recém-nascida
Um cenário desesperançoso da apatia foi desencadeado,
Uma medonha caricatura foi capturada e revelada...
Mostrada sob um manto de ruidosa indiferença,
Onde máculas humanas beijam a peste.