quarta-feira, 20 de junho de 2012

RESENHA DE LIVRO - A BRUXA DE PORTOBELLO


Se minha primeira incursão num livro de Paulo Coelho fosse este “A Bruxa de Portobello”, provavelmente eu teria adquirido certa desconfiança, e não continuaria lendo os trabalhos do cara. Não que o livro seja ruim, mas está bem longe de trabalhos maravilhosos como “O Alquimista”, “Veronica Decide Morrer” e “Onze Minutos”. Digamos que este esteja perto de algo mediano e esquecível.
A trama, contada em forma de depoimentos por outros personagens, mostra a história de Sherine Khalil, também conhecida como Athena. Abandonada pela mãe, ela é adotada por um casal libanês que se muda para Londres, nos anos 70. Ao longo da história, ela se torna popular como líder de uma seita pagã, que busca o êxtase através da dança. Achei a ideia de contar uma história através de testemunhos original e inovadora. Algumas inclusive até convencem. O problema é quando o autor descamba para frases piegas e trechos que parecem terem sido tirados de um livro de autoajuda. Quanto ao desfecho, penso que ficou um pouco rápido e suspenso. Como se o autor, na falta de algo melhor, tivesse improvisado alguma coisa qualquer.
No geral, acho que a mensagem que Paulo Coelho tentou passar, ao longo de suas 294 páginas, foi a de uma espécie de pseudofeminismo sobre a restituição de uma deusa mãe, reprimida pelas grandes religiões da humanidade. O que não teria sido ruim, caso a coisa fosse menos clichê.
Logicamente em se tratando de Paulo Coelho, as opiniões, em geral, podem variar muito. Eu particularmente, se colocasse todos os livros que li do autor numa balança, o resultado ainda estaria inclinando para a alcunha de bom autor. De qualquer forma, “A Bruxa de Portobello” ainda vale pela leitura, pelos bons momentos narrados por algumas testemunhas, e é claro, pelo próprio Paulo Coelho.
Contudo, para você que ainda vai iniciar sua jornada através dos trabalhos do autor, meu conselho é não começar por aqui. Prefira algo mais perto do auge do cara. E se me permite uma sugestão, comece com “O Alquimista” ou “O Demônio e a Senhorita Pryn”.

3 comentários:

  1. Olá!! Estou tendo outra percepção... é o segundo livro que leio dele e estou adorando, marquei muitas passagens para reler logo mais. Como fiquei com pena de o teu relato poder desmotivar alguém de ler, deixo a minha percepção positiva :D Abraço!

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    1. Saudações;

      Fique certo de que, assim como minha análise do livro está evidenciada no blog, sua opinião também permanecerá registrada. A diversidade de gostos é o que torna a literatura algo tão vasto e encantador. O intento nunca foi o de desmotivar ninguém a ler, pelo contrário. Mas quero manter minhas resenhas fiéis ao que de fato concluí em relação ao livro resenhado. Minha impressão, como leitor de Paulo Coelho, é que seus trabalhos tendem a ser cada vez melhores conforme ele mantém suas crenças pessoais longe do enredo das tramas. É um autor de muitos livros e certamente você se encantará ainda mais com outros de seus trabalhos.

      Abraços!!

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    2. Queria saber quem sao os personagem da historia

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