segunda-feira, 6 de agosto de 2012

RESENHA DE FILME: BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE



Dois aspectos eu considerava extremamente difíceis de serem alcançados por Christopher Nolan, em seu desfecho na trilogia do morcegão: elaborar uma trama tão bem amarrada quanto a do filme anterior; conseguir fazer com que o novo vilão tirasse de suas costas a responsabilidade (inevitável e impossível) de substituir o perfeito Coringa.
Nolan não chegou a falhar. Mas também não foi brilhante em nenhuma das duas coisas.
Mas, se de fato a missão de fazer o espectador desgrudar de uma vez a imagem do vilão de cicatrizes e terno roxo (magistralmente incarnado por Heath Legder) de suas memórias, era mesmo algo impossível, pelo menos uma boa trama não deveria ser um desafio assim tão complicado para um inovador como Nolan. E embora eu acredite que, em nada este terceiro filme conseguiu superar seu antecessor, sei que minha opinião talvez seja a minoria.
Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, é um ótimo filme. O diretor segue o clima sombrio dos dois primeiros longas (talvez este tenha se tornado um pouco mais artificial, porque agora temos naves e combates aéreos), e desta vez nos mostra Bane na telona, um vilão mais bruto e menos dissimulado, talvez para obrigar o herói á usar um pouco mais de testosterona, e menos o seu cérebro.  Uma boa ideia. Mas, mesmo que isso de fato tenha acontecido, o desfecho de Bane ficou um pouco insosso.
Já o filme começa com uma linha até interessante: Mostra um Bruce Wayne decadente, mergulhado em seus fantasmas do passado. E a queda do homem fez com que este, desistisse do herói.  Vemos também uma Gothan City que enaltece seu herói do passado, Harvey Dent, sob uma mentira na qual o comissário Gordon não aguenta mais carregar consigo. Então, eis que surge o terrorista mascarado Bane, e a cidade volta a se ver em perigo eminente (não sei o porquê dessa obsessão nos vilões de Batman em destruir a cidade. Parece que todos seguem uma mesma linha de raciocínio e não possuem interesses próprios... Mas tudo bem). E para completar a salada, também surge na história, uma ladra inescrupulosa e sexy, muito sexy, chamada Selina Kyle, a tão aguardada Mulher-Gato.
Sim, realmente parece um bocado de encrenca, e antes mesmo de chegar aos trinta minutos, eu já começava a suspeitar de coisas demais acontecendo, o que inevitavelmente é indício de correria para que o filme termine, e que todos os pepinos deixados ao longo do caminho sejam respondidos.
Dito e feito: da metade em diante, as coisas começam a acontecer muito rápidas, comprometendo um pouco na qualidade do roteiro.
No entanto, como motor de arranque, temos um batalhão de atores brilhantes para garantir a mesma construção narrativa charmosa dos dois filmes anteriores: Gary Oldman (o comissário Gordon), Morgan Freeman (como Lucius Fox), Michael Caine (o mordomo Alfred), Anne Hathaway (a irresistível Mulher Gato), Joseph Gordon Levitt (como um policial braço direito de Batman), Tom Hardy (como o vilão Bane), Marion Cotillard (como a milionária Miranda Tate), e é claro, Christian Bale (nosso inovador Batman).
Num resumo geral: Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um filmaço, mas que o público terá dificuldades em lidar com a sombra da perfeição de seu antecessor de 2008, Batman – O Cavaleiro das Trevas.

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