sábado, 5 de setembro de 2015

RESENHA DE LIVRO – FACE @ FACE


Estava demorando a que meu recente faro aguçado literário finalmente falhasse. Sim, pois este ano tive uma mão ditosa nas livrarias e praticamente só encontrei livros que mantiveram uma média variando entre bom e ótimo. Pois eis aqui a queda drástica desta realidade.

Face @ Face não possui praticamente nada que possa servir de estímulo à sua leitura. É um livro de roteiro simplista, de situações previsíveis, diálogos ruins, personagens insossos, uma narrativa fadigosa e que não funciona em momento algum, nem como suspense e nem como ação policial.
Que me perdoem aqueles que curtiram a obra.

Sempre levo comigo o ideal motivador de que todo livro vale ao menos pela leitura. Mas sinceramente, este volume poderia até se encaixar neste viés, caso sua história nos fosse contada em no máximo 120 páginas. Contudo, o que você terá pela frente, estimado leitor, é um interminável conto, munido de longínquas 330 páginas. E acredite: Lá pela página 50 já era forte a ânsia por abandonar a leitura. Mas tentei acreditar que o autor Phillip Finch, fosse dar uma extraordinária reviravolta em sua tediosa trama, transformando-a em algo que pudesse ao menos entreter. E quando entrava na reta final, eu, já desacreditado, comecei a torcer pela competência do assassino, simplesmente para que ele matasse logo aquele bando de chatos que infestavam a trama. Então, finalmente lendo o capítulo final, completamente frustrado, eu desejei por ser presenteado com pelo menos um desfecho que fosse minimamente inovador...

Doce ilusão.

A trama conta a história de um serial killer que escolhe suas vítimas por meio de redes sociais, e usa todo o seu conhecimento de informática para abranger seu arsenal maléfico e selecionar seus alvos. E assim que ele compõe seu mosaico macabro, vai ao encontro dos escolhidos e os mata, fazendo uso de sua criatividade tosca.

Visto de fora, o enredo até poderia ter amplitude para montar boas situações assustadoras ou recheadas de adrenalina. Mas quase nada acontece em momento algum. O assassino é apagado, suas vítimas são estúpidas, e ninguém ao longo de toda a trama consegue reluzir, nem ao menos para ajudar o pobre leitor a atravessar algum capítulo sem bocejar.

Talvez a única pegada relativamente bacana é que este trabalho, que foi lançado em 1997, nos trouxe um vislumbre de um tempo no qual a tecnologia da informática ainda engatinhava. Então temos a oportunidade de nos deparar com algumas situações que nos causam nostalgia, como internet de conexão discada, arquivos de imagem carregados lentamente como se fosse uma cortina se abrindo, redes de relacionamento desprovidas de itens básicos como fotos de perfil, e a óbvia ausência de aparelhos móveis como celulares e tablets, tão comuns nos dias atuais. Mas mesmo toda essa naftalinidade não funciona, porque o autor exagera na dose, se concentrando demasiadamente em conteúdos técnicos, deixando de lado seus personagens e a trama; um bando de gente inserida no texto para virar presa de um matador medíocre, que é menos assustador que o Puro Osso; jocoso vilão do simpático anime As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy.

Sinceramente não sinto nenhum prazer em avacalhar o trabalho literário de ninguém. E aqui deixo apenas a opinião de um amante de leitura, que sabe reconhecer o quanto é leigo na hora de expressar o que pensa. Mas este Face @ Face simplesmente não agradou em nada; e talvez eu o tenha como um dos piores livros que li nos últimos anos.

Um comentário:

  1. Discordo com você. Eu achei o livro ótimo, apesar de ser antigo o tema é bem atual. Me envolveu tanto, que apesar de sua grossura, li ele em 3 dias. Esse livro me prendeu do começo ao fim.

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