Estava demorando a que meu recente faro aguçado literário finalmente
falhasse. Sim, pois este ano tive uma mão ditosa nas livrarias e
praticamente só encontrei livros que mantiveram uma média variando entre
bom e ótimo. Pois eis aqui a queda drástica desta realidade.
Face @ Face não possui praticamente nada que
possa servir de estímulo à sua leitura. É um livro de roteiro simplista, de
situações previsíveis, diálogos ruins, personagens insossos, uma narrativa
fadigosa e que não funciona em momento algum, nem como suspense e nem como ação
policial.
Que me perdoem aqueles que curtiram a obra.
Sempre levo comigo o ideal motivador de que todo livro vale
ao menos pela leitura. Mas sinceramente, este volume poderia até se encaixar neste
viés, caso sua história nos fosse contada em no máximo 120 páginas. Contudo, o
que você terá pela frente, estimado leitor, é um interminável conto, munido de longínquas
330 páginas. E acredite: Lá pela página 50 já era forte a ânsia por abandonar a
leitura. Mas tentei acreditar que o autor Phillip
Finch, fosse dar uma extraordinária reviravolta em sua tediosa trama,
transformando-a em algo que pudesse ao menos entreter. E quando entrava na reta
final, eu, já desacreditado, comecei a torcer pela competência do assassino,
simplesmente para que ele matasse logo aquele bando de chatos que infestavam a
trama. Então, finalmente lendo o capítulo final, completamente frustrado, eu
desejei por ser presenteado com pelo menos um desfecho que fosse minimamente
inovador...
Doce ilusão.
A trama conta a história de um serial killer que escolhe suas
vítimas por meio de redes sociais, e usa todo o seu conhecimento de informática
para abranger seu arsenal maléfico e selecionar seus alvos. E assim que ele
compõe seu mosaico macabro, vai ao encontro dos escolhidos e os mata, fazendo
uso de sua criatividade tosca.
Visto de fora, o enredo até poderia ter amplitude para montar
boas situações assustadoras ou recheadas de adrenalina. Mas quase nada acontece
em momento algum. O assassino é apagado, suas vítimas são estúpidas, e ninguém
ao longo de toda a trama consegue reluzir, nem ao menos para ajudar o pobre
leitor a atravessar algum capítulo sem bocejar.
Talvez a única pegada relativamente bacana é que este
trabalho, que foi lançado em 1997, nos trouxe um vislumbre de um tempo no qual
a tecnologia da informática ainda engatinhava. Então temos a oportunidade de
nos deparar com algumas situações que nos causam nostalgia, como internet de
conexão discada, arquivos de imagem carregados lentamente como se fosse uma
cortina se abrindo, redes de relacionamento desprovidas de itens básicos como
fotos de perfil, e a óbvia ausência de aparelhos móveis como celulares e
tablets, tão comuns nos dias atuais. Mas mesmo toda essa naftalinidade não funciona, porque o autor exagera na dose, se
concentrando demasiadamente em conteúdos técnicos, deixando de lado seus
personagens e a trama; um bando de gente inserida no texto para virar presa de
um matador medíocre, que é menos assustador que o Puro Osso; jocoso vilão do simpático anime As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy.
Discordo com você. Eu achei o livro ótimo, apesar de ser antigo o tema é bem atual. Me envolveu tanto, que apesar de sua grossura, li ele em 3 dias. Esse livro me prendeu do começo ao fim.
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