Não raro sou abordado por pessoas que conhecem o meu
insaciável apetite por livros, me pedindo dicas de leitura. O último
acercamento aconteceu há algumas semanas, no ponto de ônibus. Um conhecido me
indagou à cerca de uma boa dica de livro de contos. Diante de tal solicitude,
eu poderia lhe sugerir vários títulos, inclusive alguns grandes mestres do
gênero por ele desejado. Mas fazendo valer uma de minhas recentes leituras, eu,
sem pestanejar, recomendei-lhe que lesse o livro alvo desta resenha.
Porque a diversidade de contos que compõem esta obra
belíssima, certamente atenderá a gregos e troianos.
Devo confessar que precisei consultar um dicionário para compreender
desusada palavra que concebe o título, o qual faz referência a um dos contos
deste excelente volume.
Rapsódias em Berlim é outro livro que tive sorte em
descobrir, discreto e despretensioso, no meio de uma enorme prateleira de um
Sebo. O autor Pedro Stiehl, gaúcho
de Montenegro, nos entrega uma extraordinária reunião de narrativas distintas e
precisas, de personagens cuja proximidade com o humanismo é capaz de fornecer
ao leitor fortes reflexões sobre inusitadas situações.
Enquanto vamos nos deparando com construções literárias que
facilitam o processo imaginativo, um filme vai se passando na mente do leitor.
De mim, foi arrancado à força uma das raras certezas de que tenho na vida: a
enorme sucessão de encontros inéditos, que caracteriza este nosso conturbado
mundo.
Um texto que li e reli com especial carinho, foi “O Diabinho e a Sereia”, maravilhoso
conto de uma garotinha questionadora e seu paciente avô, que em uma de suas
constantes cavalgadas matinais, entram em embates filosóficos, existenciais e
folclóricos. Uma prosa gostosa de ler, hilária em alguns instantes, reflexiva
noutros. Este conto está logo no comecinho do livro, o que fez com que o autor
me ganhasse para o resto da obra.
Ah, e se você está se perguntando, vai aqui a explicação para
lhe poupar recorrer ao dicionário: Rapsódia é o nome dado a certas composições
musicais e poéticas; Na Grécia antiga, dava-se o nome de Rapsódia, poemas
épicos a serem recitados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário