segunda-feira, 23 de novembro de 2015

CONTO: ORDINÁRIA LOUCURA


Certa feita, um psiquiatra levou para uma de suas consultas um catálogo contendo dezenas de imagens dos trabalhos feitos por Pablo Picasso. Ele entregou o montante nas mãos de um paciente e ficou a observar atentamente qual seria sua reação.

Cuidadosamente o louco olhou para cada uma das imagens, chegando até mesmo a sorrir diante de algumas delas. E em determinado instante, ele ergueu os olhos, encarou o médico e perguntou:

– A pessoa que fez estes desenhos está internada em qual hospício?

– Ele não está internado em lugar nenhum – respondeu o médico, achando curiosa aquela indagação.

– Não precisa tentar esconder isso de mim, doutor – insistiu o louco – Pode me dizer onde ele está internado.

– Já disse. Este homem não é paciente de hospício algum... Mas por que você achou que ele estivesse internado?

O louco sorriu e voltou a encarar as imagens sobre a mesa. Então falou:

– Estranho... Porque é exatamente assim que eu vejo o mundo.

sábado, 21 de novembro de 2015

RESENHA DE LIVRO: O DIÁRIO DE SIBYL DANFORTH, PARTEIRA


Não raro os livros nos permitem viajar através de mundos que, embora aparentemente perto de nossa existência, nos escapam de entendimento e interesse. Partos normais realizados em casa tem sido uma realidade cada vez menos presente neste atual mundo sistêmico e desinformado, onde a oportunidade de discernimento é arrancada da sociedade, restando-nos apenas deliberar por caminhos oferecidos por planos de saúde mafiosos, que nos empurram goela abaixo a direção do que temos que fazer como se fôssemos incapazes de pensar por nós mesmos.

E em vez de a medicina trabalhar em busca do aperfeiçoamento dos partos normais, sejam em hospitais ou no conforto do lar, o foco das pesquisas toma como meta a precisão e rapidez dos partos cesarianos; método artificial que avilta e desacelera o processo de recuperação da mãe.

Este belo livro intitulado O DIÁRIO DE SIBYL DANFORTH – PARTEIRA, embora seja um trabalho de ficção, trás à tona esse tema: a contradição e rejeição social dos trabalhos de partos em casa.

Chris Bohjalian se empenhou arduamente em pesquisas e mergulhou a fundo no mundo das parteiras, deixando sua obra recheada de conteúdo que nos ajuda a compreender um pouco melhor essa cabível, porém obscura, ideia dos partos em casa. O autor esmiúça o mundo das parteiras e nos entrega uma eficiente trama, que mescla em doses precisas, a realidade das parteiras dentro de uma história bem elaborada.

E por falar em trama, esta se passa na comunidade rural de Reddington, Vermont, num rigoroso inverno de 1981. A parteira que dá nome ao título da obra precisa tomar uma decisão rápida para salvar um bebê, submetido aos seus cuidados. Uma decisão que mudará a vida desta mulher para sempre.

No meio deste complicado parto, Sibyl percebe que a mãe sofre morte cerebral e ela não vê alternativa, senão fazer uma cesariana improvisada para salvar o bebê. No fim das contas, Sibyl acaba sendo acusada de homicídio, quando o Estado lança a hipótese de que ela fez a cesariana enquanto a mãe ainda estava viva.

O desenvolver da trama é narrado por Connie, filha de Sibyl Danforth, uma médica obstetra, que relembra o tempo em que a liberdade de sua mãe e a estrutura familiar esteve nas mãos de doze pessoas do júri popular. Aliás, as narrativas durante o julgamento são ótimas, com diálogos fortes e pesadas investidas, tanto da defesa quanto da acusação.

Os capítulos são entremeados por trechos interessantes do diário de Sibyl, que nos ajuda a entender o que se passou naquela trágica noite em que o parto fatídico aconteceu, assim como nos coloca mais próximo das angústias da autora, que embora se mostre uma parteira experiente, expõe todo o seu lado humano e frágil nas páginas de seu diário pessoal.

Um excelente entretenimento, que vai agradar a leitores que curtem histórias de tribunais, assim como também é um convite a uma reflexão mais de perto, sobre esse escapadiço universo das parteiras.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

CRÔNICA: O FIAT BRANCO

Sentado à mesa de uma lanchonete perto de casa, vejo minha visão abrangente das frivolidades de uma tarde de sábado serem bruscamente bloqueadas pela repentina presença de um carro branco, que parou bem diante da calçada onde me encontrava. Era um modelo da FIAT, não muito novo, mas se encontrava limpo e possuía uma aparência relativamente conservada.

O motorista abriu a porta e saiu de sua caixa de metal ambulante, altivo, como se fosse um genuíno membro da nobreza, recém-chegado do século XV e que acaba de descer de seu coche. Constatei certa semelhança nos traços de seu rosto quando, ao passar por mim, fez um leve aceno digno da realeza. Foi em direção ao balcão do bar e pediu uma Coca-Cola. Após efetuar o devido pagamento – que ele deve ter achado ultrajante o fato de um lorde ter que pagar por sua bebida – voltou para a fachada do estabelecimento, onde eu me encontrava visivelmente abrandecido, pois em instantes, me veria livre daquela parede de lata ordinária e intrometida.

Acontece que sempre que vou aos meus barzinhos prediletos, gosto de me sentar nas mesas que são colocadas em frente à calçada, o que permite um despretensioso testemunho da vizinhança. Porque se for para beber do lado de dentro do bar, cercado por paredes fóbicas que impossibilitam meu senso de ociosidade, então eu prefiro beber no conforto de casa.

Mas para a infelicidade total deste que vos escreve, o orgulhoso proprietário do FIAT branco resolveu apreciar sua Coca-Cola, sentando-se precisamente em uma mesa ao meu lado. Logo notei seu olhar de admiração e orgulho para com o seu antiquado artefato de locomoção, que certamente devia lhe conferir ganho de autoestima.

Inevitavelmente, iniciei um embate interior com meu próprio ser, que pesava os prós e os contras de continuar ali, sentado, tendo como única possibilidade de contemplação a lataria rudimentar daquele veículo, estacionado indevidamente – ou quem sabe propositalmente – para o meu minguado deleite.

Se eu fosse embora, estaria livre do FIAT branco em toda sua intromissão, e só isso já valeria à pena o esforço. Poderia levar umas cervejas pra casa e, no conforto do lar, eu ainda teria o privilégio de poder escolher uma boa música. No entanto, eu me veria outra vez confinado, acuado, escondido dos inéditos encontros com o mundo do lado de fora do meu portão, que embora sejam frustrantes em sua maioria, exatamente como estava sendo o encontro inesperado com o FIAT branco, algumas vezes nos fazem escapar do tédio. Também é válido salientar que a cerveja estupidamente gelada colaborava com minha impossibilidade de fuga. E a cada novo gole que eu dava, mais o meu corpo parecia acometer-se por uma redoma de amparo, a me abrigar do incessante calor.

Com o termômetro intuitivo batendo na extremidade do “seja forte e fique no bar mais um pouco, porque o malquisto já deve estar de saída. Afinal, os bebedores de Coca-Cola não costumam demorar em bares”, uma fagulha de otimismo mental fez seu trabalho de recordar a expectativa de que a vida algumas vezes nos surpreende com encontros alegradores... Contudo, eu admito que perseverar pelos raros embates prazerosos é ato de gente obstinada e insistente para além do que jamais conseguirei ser. E no meu caso, o resultado desse tipo de pensamento acaba surtindo efeito contrário de sua pretensão, e eu acabo sustentando o bordão de que nada é tão ruim que não possa piorar.

Cautelosamente olhei para o lado e vi que o dono do detestável veículo estava a me devolver o fitar, agora com um sorriso largo e ufano.

Não tardou a puxar conversa, afinal, não havia mais ninguém por perto para ele importunar. Minha insignificante presença deve ter lhe servido de consolo, porque quando se há apenas uma única opção, o carecido se torna menos exigente. E como de praxe, iniciou suas tolices verbais nos atentando para o tempo. Afinal, era uma tarde de calor evidente demais para ser desprezada por uma forçosa conversa de bar.

Quanto a mim, apenas lhe dei respostas em total conformidade com suas abordagens esquecíveis, tentando dispor do máximo que minha já abalada paciência permitia. Pois eis que em meio aos comentários sobre o calor escaldante, o sujeito resolveu conduzir nossa enfadonha prosa ao rumo de seu desígnio:

– Sabe de uma coisa: deve fazer até mal sair nesse calor assim, depois de sair de dentro do ar frio do meu carro.

Tem toda razão! Então por que você não volta pra lá e se protege de uma possível insolação, ao mesmo tempo evita que meus ouvidos sejam bombardeados por suas imbecilidades orais? – por muito pouco e eu o teria dado essa resposta, mas minha polidez irritante acaba sempre por me vencer. E no lugar de repelir o indesejável, apenas concordei.

– Pois é... – respondi, em suspiro profundo, já pensando em tirar o celular do bolso e fingir atender alguma ligação.

– Comprei esse carro esta semana, sabe... – continuou ele, com o peito estufado, feito um pardal no poleiro, na esperança de arrancar de mim algum reconhecimento por sua obtenção material – Achei que nestes tempos de crise seria melhor pagar à vista. Nunca se sabe, né?

– Pois é... – Eu era um oceano de melancolia. Mas então, fui acometido por um sentimento típico dos derrotados: se não dá pra expurgar o calo, melhor que ficar parado é continuar caminhando com ele no pé. Elaborei uma piada, fazendo uso de uma frase que havia no para-brisa traseiro do FIAT branco.

– Você comprou mesmo esse carro, ou foi Deus quem lhe deu?

Ele soltou um risinho que me fez lembrar uma hiena abatendo a carniça. Exibiu uma comissão de frente dentária tão amarela quanto a camisa da nossa Seleção. Olhou para a frase no vidro e pareceu ter gostado da sugestão que joguei.

– Claro, claro! Você está certo... Foi mesmo Deus quem me deu – assentiu ele, do alto de sua religiosidade apalermada.

– Melhor dizendo, quem está certo é a frase no vidro, né.

Mais risadas. Pensei que seria melhor não o deixar tão à vontade, ou ele poderia acabar pedindo outra Coca-Cola.

– Então você acredita mesmo que Deus lhe concedeu um automóvel como forma de benção? – fiquei a me perguntar como eram as dádivas antes da invenção da roda ou do motor.

– Com certeza! Deus tem provido maravilhas em minha vida!

– Muito bem... – Pela primeira vez, virei-me pra ele, fingindo interesse – Nesse caso, deixe-me ver se compreendi direito essa lógica: está me dizendo que Deus lhe conferiu um bem material que indiretamente contribui com a devastação dos recursos naturais que estão cada vez mais escassos? – deixei que ele pensasse alguns segundos sobre a pergunta – Isso significa que o seu Deus é totalmente conivente com o aumento da emissão de CO2 na atmosfera, o que tem sido causa deste catastrófico calor que estamos enfrentando neste exato momento... – notei que ele se remexia na cadeira, desconfortável – Seu Deus lhe abençoou com objeto que melhor simboliza o sistema capitalista vigente, maior causador de desigualdade social, enquanto nega alimento básico para grande parcela da população? – outra pequena pausa para ele respirar – O Altíssimo conferiu um bem que está lhe dando a ilusão de status social, algo que visivelmente atiça sua soberba, e que aumentará a distância entre você e esse mesmo criador..., é isso o que está me dizendo?

Eu não havia me dado conta, mas o FIAT branco deveria estar me incomodando mais do que havia imaginado, pois fui capaz de proferir aquela breve impugnação sem ao menos gaguejar... E como já esperava, não houve nenhuma resposta imediata, além de uma parcimoniosa exclamação bovina:

– Hmmmm...

Embora minhas indagações sustentassem requintes de crueldades, eu não tinha a intenção de parecer um ateu fundamentalista que tenta humilhar a doutrina dos outros. De fato, o meu verdadeiro objetivo era cessar com o explícito envaidecimento orquestrado por aquele idiota, que então resolveu que havia se tornado alguém acima dos demais com quem convive neste mundinho de perdedores, e agora era digno de ostentar suas desprezíveis aquisições superficiais.

E para brindar a espiritualidade daquela gloriosa tarde de calor, ele não me deixou sem resposta, embora tenha sido um tanto evasivo:

– Vou lhe contar uma coisa sobre o nosso pai que está no céu... – antes, foi até a lixeira, na base do balcão, e jogou a lata vazia fora. Apesar de tudo, ele era mesmo asseado. Então retornou para concluir com sua majestosa teoria – Deus é um ser justo, misericordioso e que nos recompensa na hora certa. O pai sempre é generoso com seus filhos mais fiéis e concede de acordo com o merecimento de cada um.

E tentou validar sua teoria, lançando-me um olhar intimista.

– Mas se este seu Deus meritocrático resolver dar um carro para cada um de seus cerca de seis bilhões de filhos, atuais viventes deste plano, eu acho que não vai ter recursos naturais no planeta para atender a toda essa demanda – achei essa bem fácil de replicar.

– Eu sei... Mas Deus atende somente aos justos, os que foram bons e seguem fielmente a sua palavra.

– O que nos leva à conclusão de que você é parte desse seleto grupo de filhos prendados que está fazendo exatamente a coisa certa, não é mesmo?

– É claro... Contribuo com o dízimo e faço minhas orações todos os dias.

– E podemos também concluir que um pagão, feito eu, deva estar agindo exatamente em oposição aos ditames divinos. Afinal, eu ainda não fui agraciado com um extraordinário FIAT branco.

– Pode ser que sim... – ele já estava dentro do carro, porta fechada, tentando escapar. Mas o vidro foi abaixado para que cuspisse sua última lufada venenosa, que certamente me derrotaria – Você é um homem religioso?

– Não, eu não sou.

– Pois é... – Fez aquela cara de quem não precisa dizer mais nada.

– Sabe o que eu acho sobre Deus? – juro que começava a invejar o proprietário do FIAT branco; gostaria muito de poder ver minha estima aumentada por conta de uma bobagem como a compra de um carro. Mas aproveitei aqueles últimos momentos na presença do filho bendito, para concluir rápido raciocínio – Acho que Deus é uma criança com uma fazenda de formigas. Ele nunca toma nenhum partido. Fica apenas observando, talvez um tanto entediado, tudo o que nós, suas adoráveis formiguinhas, fazemos dentro da fazendinha de bobagens... Quem sabe até se permitindo rir de algumas formigas que se acham merecedoras de recompensas tolas, tomadas por elas como coisas divinas.

Ele ligou o FIAT branco e foi embora. Mas não sem antes prometer que iria orar para que minha alma perdida encontrasse o caminho da salvação.

Fiquei sentado em minha mesa, agora completamente detentor de uma visão privilegiada do nada que acontecia no tempo e espaço, imaginando onde estaria indo aquele sujeito cheio de verdades.

Será mesmo que ele acreditava que uma divindade o havia ofertado objeto que só serve para suprir alguma necessidade mundana? Ou talvez ele usasse o nome de Deus para camuflar sua vaidade em afirmar aos quatro cantos que não possui capacidades de obtenção sem o apoio divino?

É difícil saber...

E eu é que não vou me meter no discernimento alheio. Melhor pensar em coisas menos transcendentais, como a cerveja que eu estava a degustar e que se encontrava mesmo deliciosamente gelada. E se é errado dizer que minha bebida seja resultado de meus esforços pela sobrevivência neste mundo pragmático, então tudo bem... Eu agradeço a Deus, sem nenhum problema, pela cerveja gelada que ele pôs em minha mesa... Afinal, como dizia Nietzsche:

A verdade é um produto da necessidade psicológica de duração”.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

RESENHA DE LIVRO: AS MULHERES NA GUERRA 1939-1945 VOL. 1


A Segunda Guerra Mundial é tema que foi explorado à exaustão pelos meios culturais, tanto que atualmente quase tudo o que tem sido produzido, não passa de conteúdo previsível ou que simplesmente reconta o que já estamos cansados de saber. Dentro deste cenário atual de desgaste temático, destacam-se alguns poucos trabalhos que vão além do óbvio relato; obras que buscam o retrato daquilo que ainda não foi contado, o lado oculto da grande guerra.

Pois este belo trabalho intitulado AS MULHERES NA GUERRA 1939-1945 – VOL. 01, nos trás uma riquíssima ótica deste ser que foi fundamental aos esforços de guerra, mas que viveu latente aos olhares de uma sociedade injusta e totalmente patriarcal: a mulher.

O objetivo desta obra – que comporta dois volumes – é tirar nossas mulheres da condição de relegadas. Claude Quétel, não poupa esforços e vai a fundo em suas pesquisas, trazendo à tona, uma iconografia riquíssima, sendo que boa parte desta, inédita. Talvez este tenha sido o primeiro grande projeto diretamente intencionado em dar exclusividade a história das mulheres que viveram e combateram direta ou indiretamente na Segunda Guerra.

É triste a realidade de que por quase toda a trajetória da humanidade, as mulheres sempre foram eternas esquecidas dos relatos e documentos históricos. Elas têm seu passado ofuscado pelo passado dos homens, que além de terem sido eles próprios os autores dos acontecimentos, também quase sempre detinham as posições de maior importância, portanto, manipularam os fatos para que a história exaltasse seus egos desmedidos, sem se preocupar em trazer à tona a realidade do que houve. Este, entre outros atos cruéis, resultou na exclusão histórica de nossas pobres heroínas.

E na contramão desta injustiça, o autor deste livro nos mostrará que elas estão por toda parte: operando no esforço de guerra, ocupando o espaço do mercado de trabalho deixado pelo homem que fora para frente de batalha; muitas outras foram meras vítimas das bombas incessantes nas grandes cidades; cuidando dos infindáveis enfermos da guerra; operando pesadas máquinas no campo da agricultura; tendo que assumir a condição de chefas de seus lares; e muitas vezes até na linha de frente, combatendo junto aos guerrilheiros, na resistência ou auxiliares na retaguarda.

Infelizmente quando adquiri este, que é o volume um, eu não tinha conhecimento de que o segundo volume já havia sido lançado. E acabei deixando passar um bom tempo. Portanto, minha busca pelo volume dois tem se mostrado um tanto árdua (descobri recentemente que há uma edição especial com os dois volumes impressos num só).

Com eficiência, este extraordinário livro consegue trazer à tona a mulher em tempos de conflitos. Tira-lhes do anonimato e as colocam em seu devido lugar: ao lado do homem, na luta, no empenho e na coragem. Nem maior, nem menor. Mas acima de tudo, uma vítima que sempre possuiu importância fundamental e definitiva, portanto, devem ser sempre motivos de orgulho a nós, homens, que além de causadores das grandes barbáries, somos implacáveis na exclusão delas... As nossas destemidas e eternas companheiras.