terça-feira, 22 de maio de 2012

RESENHA DE LIVRO - A MENINA QUE NÃO SABIA LER


Foi por um triz que não abandonei este “A menina que não sabia ler”, de John Harding. Sim, porque achei as primeiras páginas um verdadeiro tédio, o que me fez pensar nos reais motivos que me levaram a comprar o livro: poderia ter sido a bela capa, algo tão fundamental quando o propósito é atrair o leito; ou talvez a semelhança do título com o livro “A Menina que Roubava Livros” (em minha opinião isso foi uma bela estratégia de marketing aqui no Brasil, uma vez que, o livro de Markus Zusak foi, e ainda é, um sucesso mundial. Entretanto, na maioria dos países onde o livro de John Harding foi traduzido, ele ficou com o título original: “Florence & Giles”). De qualquer forma, o inicio da aventura da pequena Florence e seu irmão Giles, não agrada á Gregos e Troianos.
Mas a trama melhora, e antes que eu cometesse o “pecado” de descartá-lo, eis que “A Menina que Não Sabia Ler” supera minhas expectativas se tornando uma leitura intrigante, envolvente e sedutora.
A história se passa no século XIX, onde os irmãos órfãos Florence e Giles estão sob a guarda de um tio ausente. Ambos vivem como crianças normais, brincando e perambulando pelos cômodos da misteriosa e decadente mansão Blithe. Até que Florence acaba descobrindo o caminho para a enorme biblioteca da casa, fato que faz com que a pequena assuma os riscos da desobediência e comece, por conta própria, a descobrir as maravilhas de ler.
É a partir deste momento que começa uma série de acontecimentos pelos quais não sabemos se são de fato reais ou apenas frutos da imaginação criativa de uma menina. Em determinado momento da história não é mais possível concluir o que é realidade e o que é fantasia. Aparentemente as coisas parecem confusas e o texto segue com seu mistério até o final, deixando o leitor com aquela sensação de que: ou pegamos no sono em determinado ponto crucial do texto, ou a coisa se misturou tanto que é preciso uma releitura para constatar que não deixamos algum paragrafo revelador passar despercebido (confesso que tive que voltar algumas páginas perto do fim, para ler novamente).
Bom ou ruim, acho que fica á critério de quem leu. Mas como gosto da diversidade de opiniões, deixo aqui a minha em poucas palavras: “A Menina que Não Sabia Ler” vai de ruim á excelente ao longo de suas 282 páginas. E o que mais me incomodou no final, foram as inúmeras questões impostas pelo autor durante a trama, e não respondidas no desfecho. Talvez fosse esse o real propósito de John Harding: deixar as respostas á cargo do leitor. Exatamente como diz a personagem principal, Florence, no primeiro parágrafo da história:
“É uma história curiosa a que tenho de contar, uma história de difícil absorção e entendimento...”.
Boa leitura!

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