sábado, 13 de outubro de 2012

CRÔNICA: Talking About Rock and Wine


Sentado na sala, notebook no colo, pensando no que escrever. Uma taça de vinho estupidamente gelada em minhas mãos, tilintava quando eu a levava até a boca, por conta das pedras de gelo, as quais eu considero essenciais no complemento do vinho. Com a mente vazia feito um balão furado, e a Internet engasgando que nem um FIAT 147, eu comecei a zapear os canais da TV, em busca de alguma inspiração. E eis que acabo me deparando com um programa que falava sobre a arte da degustação de vinho, num canal de documentários.
Logo de cara, um sujeito de meia idade, bigode escovinha, com ar de dono da verdade, apontava para o erro de se tomar o vinho com gelo. Segundo ele, a temperatura ideal para degustação é entre cinco e doze graus. E lá se foi toda a minha pose de bebedor entendido do assunto. “Ah, dane-se!”, pensei comigo. Afinal, tanto o vinho quanto o direito de bebê-lo do jeito que eu quisesse, eram meus. E não seria nenhum degustadorzinho de merda que iria mudar isso.
Pronto! Junto ao meu orgulho novamente intacto, veio a ideia de falar sobre rock. Achei que seria interessante escrever um pouco sobre as notícias que li recentemente á cerca do mundo das guitarras. E como sou leigo pra fazer enormes posts sobre rock, imaginei que ficaria legal buscar as novidades e inseri-las numa única postagem. Pois vamos á elas:
Li á algumas semanas, uma breve declaração da vocalista do Eths, Candice Clot, dizendo que estava deixando a banda. Isso aconteceu estranhamente no ano em que eles estão em turnê de divulgação de seu mais recente trabalho, o álbum III, que embora não seja o melhor disco do Eths, está bem legal.  Em minha opinião a notícia soou como o prenúncio do fim da banda, uma vez que, não consigo imaginar o Eths sem sua competente Frontwoman.
Na tela, o mago dos vinho olhava para dois dedos da bebida, dentro de uma taça bem maior do que a minha, contra um fundo branco. Segundo ele, o ato tinha o propósito de analisar a tonalidade e intensidade da cor do vinho. Instintivamente eu olhei para a minha taça e pensei que sempre que fazia isso, era apenas para verificar se ainda tinha gelo, e se não havia nenhum mosquito boiando...
Ainda sobre saídas, soube que a atual vocalista do Nightwish, Anette Olzon, também deixou a banda. Segundo o artigo no Twitter, tanto banda quanto cantora não estavam se entendo muito bem. Isso fica bem evidente quando se ouve o último trabalho deles, intitulado Imaginaerum, que eu considero como o pior disco da banda. Contudo, a separação aconteceu em entendimento mútuo, para o bem de ambas as partes. A boa notícia é que os caras já arranjaram uma substituta. E uma de peso! Trata-se da ex-vocalista do extinto After Forever, Floor Jansen. Em minha humilde opinião (e que a Anette me perdoe), o Nightwish acertou em cheio, pois eu considero Floor Jansen muito melhor e mais adequada ao estilo da banda.
E por falar em boas notícias, os deuses do Doom Metal, Draconian, finalmente anunciaram o nome da substituta para a vaga deixada por Lisa Johansson. E a difícil missão de pelo menos igualar a lindíssima voz de Lisa ficará sob os cuidados da sul-africana Heike Langhans. No you tube há uma canção dos caras já com a musa nos vocais:
A mina promete.
E após ficar um tempão agitando o vinho na taça, colocar seu enorme nariz na borda do copo e cheirar fundo, demoradamente, o sujeito finalmente cai de beiço. E enquanto eu viro o meu restinho de uma vez, ele ensina que é preciso manter o vinho na boca por cerca de quinze segundos para que as diferentes regiões da bochecha e da língua possam curtir a bebida. Não deu tempo de fazer isso, porque eu já tinha engolido o meu há tempos.
Mas voltando ao rock, vou agora citar um pouco daquilo que foi lançado de melhor nesse ano, até esse post. E eu começo destacando dois: o álbum Enslaved, do Soulfly, e Of Breath and Bone, do Be’lakor, ambos foram os melhores do ano até o momento. Outros bons trabalhos foram o Circus Black, do Amberian Down; We Are The Others, do Delain (nunca gostei muito dessa banda, mas este álbum é realmente muito bom, sendo uma evidente prova de evolução); Helvetios, do Eluveitie (além do Arkona, esta é minha banda de folk favorita); Requien For The Indifferent, do Epica; Changes, do Invisius; The Iron Will, do Kataklysm (esta é talvez a mais fantástica descoberta que fiz esse ano); Phanton Antichrist, dos veteranos do Kreator; Dark Adrenaline, do Lacuna Coil (a banda parece ter voltado á sua melhor forma); Resolution, do Lamb of God (simplesmente insano!); Prisioner, do The Agonist (um pouco abaixo da média da banda, mas ainda muito bom); Power Dive, do Voices do Destiny.
Os discos medianos foram: Horror Metal, do Cadaveria (sinceramente eu esperava bem mais); True Defiance, do Demon Hunter; III do eths (pior que o álbum, foi a triste notícia da saída da Candice Clot); Season of Raven Words, do Lethian Dreams.
Quanto á decepções, acho que recentemente não houve ninguém lançando uma completa porcaria. É claro que as duas listas acima foram feitas com base nas bandas que eu aprecio e conheço. Porque falar de tudo o que é lançado no infinito mundo do rock seria impossível em uma simples postagem. Além do mais, a intenção aqui foi apenas de passar um pouco daquilo que ouvi este ano, e classifiquei sem nenhuma base profissional, foi apenas a opinião de um ouvinte apaixonado. 
O cara na tela está agora dizendo que no intervalo entre a degustação de cada taça, é importante comer um pedaço de pão e tomar um pouco de água mineral para limpar o paladar... Mas quer saber de uma coisa? Eu vou agora mesmo abrir uma cerveja gelada, porque esse negócio de vinho dá muito trabalho.

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