terça-feira, 5 de novembro de 2013

RESENHA DE LIVRO – A REMINISCÊNCIA OCULTA


Era o ano de 2007, eu havia começado minhas primeiras tentativas em escrever textos e contos, e estava completamente obcecado por transferir minhas ideias mais antigas para o papel, ou melhor, para o computador. Queria de alguma forma poder contar as histórias que estavam guardadas na minha mente, como se meu tempo de negação á elas estivesse me causando uma espécie de acúmulo de imaginação.
Eu precisava expor meus pensamentos. E escrever se tornou uma forma de exorcizar minhas manias, as raivas, minhas esquisitices... Enfim, eu queria contar o que sentia.
E entre diversos textos que escrevi de maneira quase que obstinada, um deles eu havia intitulado como “A Inocência Oculta”. Era a história de um rapaz que se muda para uma casa onde habita o fantasma de uma garotinha.
Levei mais ou menos um ano para finalizar o texto, que na época continha quase 400 páginas. E o simples ato de concluí-lo foi como uma vitória pessoal. Eu me senti realizado, pleno. Havia conseguido contar aquela história inteira e era como se um peso houvesse saído de minhas costas.
Mal sabia que naquele momento eu havia terminado apenas em torno de 1% de todo o trabalho que ainda estava por vir. Só que eu não sabia disso; tudo o que eu queria era ver aquela minha criação em sua versão física e inteira, escancarada orgulhosa entre meus dedos. Então fiz uma impressão do rascunho e mandei encadernar. E finalmente disse á mim mesmo:
“Bom, agora vou dar uma rápida lida, só para checar se ainda há algum erro ortográfico ou de concordância”. Imaginei que seria algo corriqueiro, apenas para averiguar que meu tesouro realmente estava reluzindo como eu achava.
E fiquei não menos que chocado com o que vi... Quase não reconheci meu próprio texto.
A primeira coisa que notei, e hoje sei como verdade, é que quando se começa a contar uma história, ela nunca segue a risca aquilo que se imaginou inicialmente. Ela acompanha á essência, porque quem está escrevendo sabe aonde quer chegar, mas o caminho é completamente desconhecido. É como se o próprio texto adquirisse vontade e seguisse seu rumo sem nenhuma certeza de onde irá chegar. Depois vi minha cara corar com os erros grotescos de gramática, de concordância e até mesmo de adequação aos detalhes do texto; alguns até bobos, como dizer que está chovendo e segundos depois afirmar que o sol estava radiante no céu. Os sustos que eu levava com meus equívocos eram tão grandes e intensos, que não foi preciso mais do que três páginas de releitura para que meu entusiasmo murchasse totalmente, se transformando numa ardilosa e acusadora baixa-estima.
Então os anos que se seguiram foram de uma luta constante por colocar a casa em ordem. Mudar capítulos inteiros; retirar frases insossas; inserir diálogos melhores e mais claros; aprender fazendo; elaborar ideias mais objetivas; tornar minha própria invenção mais bonita e enxuta.
Ah, e o melhor de todos os aprendizados: humildade.
Sim, meu texto não era aquilo que eu imaginava que fosse, mas o que precisei aprender na marra é que eu também não sou quem eu pensava. Sou um eterno aprendiz de literatura. E entendi que o ato de escrever para aliviar as ideias da mente é uma atividade que não se esgotaria jamais. Porque justamente isso que eu encarava como uma “atividade”, hoje eu vejo como um prazer. Escrever é algo que faço porque gosto. Não sei dizer se é bom ou ruim, mas foi a única coisa que fiz na vida e que me proporcionou uma deliciosa sensação de leveza; de paz de espírito.
E enquanto essa fonte não se esgotar eu continuarei escrevendo. Porque é isso que amo fazer.
Aquele texto de 2007 hoje se chama “A Reminiscência Oculta”, e é a primeira vez que estou expondo um trabalho meu para o público em geral. Não para obter apenas lucros, mas se ao menos uma única pessoa gostar, ou se pelo menos este e-book contribuir para instigar a leitura na vida de alguém, isso já será uma grande conquista.
E aos interessados e curiosos, segue abaixo o link para quem quiser obter este que é meu primeiro trabalho literário:
Espero de todo o coração que gostem. E me desculpem pelos erros e inconveniências ao longo do texto. Porque mesmo após todo empenho e dedicação que dispensei, estou ciente de que este jamais esteve sob os cuidados de um verdadeiro profissional.
E quero agradecer á minha esposa, Aline. Por toda ajuda e paciência ao longo desses anos.

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