Este simpático trabalho do autor Mauricio Horta, começa com um prólogo que deixa bem claro as pretensões incomuns do mesmo: ele diz que neste livro, intitulado O Lado Bom dos Seus Problemas, você não encontrará formulas prontas para a felicidade plena, o que vai bem ao sentido contrário de tantos outros títulos, que vendem livros daqueles que se dizem senhores da verdade, os considerados gurus da sabedoria. São sempre livros cuja pretensão é nos mostrar 10 maneiras para se ter sucesso imediato; os 7 hábitos do empresário Pitbull; os dez mandamentos do homem altamente eficaz; e por aí segue...
Penso que esses conceitos são fechados e acabam soando como
uma cilada. É como se quisessem nos ensinar a rir de nossas desgraças; sentir
alegria diante de um determinante diagnóstico de câncer; dar gargalhada ao
topar com o joelho na quina da cama... E sabe de uma coisa, meu amigo leitor?
Livros com essa premissa amontoam-se nas prateleiras das livrarias Brasil
afora.
Só que aqui já nos deparamos com um prólogo que adverte leitores
que buscam por métodos preestabelecidos, para que devolvam este volume para a
prateleira. E o título pode até soar enfeitadinho e fazer parecer que estamos
mesmo diante de alguém que vai nos empurrar goela abaixo, os benefícios de se
afirmar, o dia inteiro, que tudo vai dar certo.
Mas não. Aqui o que
encontramos é um catálogo de estudos sobre sentimentos considerados por nós
como ruim. E bem sabemos que reações como inveja, medo e ansiedade, são algumas
potências desanimadoras de fato. Mas a premissa deste trabalho é nos mostrar o
quanto alguns desses sentimentos nos fazem adquirir força de onde pensávamos não
ter, assim como uma visão de mundo menos ingênua. Em outras palavras, existe
sim, um lado que pode ser considerado bom em nossas frustrações diárias.
Outro aspecto fundamental á ser ressaltado, é que este também
não é o relato de um cético, destinado á nos entediar com seu demasiado
resmungo. São textos explicativos, com linguagem simples, que apontam de forma
imparcial, as causas e efeitos de cada sentimento proposto.
O único tema que achei um pouco vago foi o “Ciúme”. O autor
passa quase todo o conteúdo relatando causas, e só nos últimos parágrafos é que
tenta levantar alguns pontos que supostamente seriam positivos aos portadores
de tal debilidade. Mas mesmo assim, não achei sua sustentabilidade muito
assertiva.
Em resumo, o livro é muito legal. Faz parte de
projetos ligados á equipe editorial da revista Superinteressante (fato que atraiu minha atenção para este volume)
e acerta por manter um conteúdo quase que didático, com linguagem informal e
muitos exemplos de como é possível encontrar pontos positivos, justamente
naquilo que nos parece entristecedor.
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