quinta-feira, 20 de novembro de 2014

RESENHA DE LIVRO – VINGANÇA DA MARÉ


Antes de iniciar a resenha propriamente dita, quero alertar o caro leitor para os perigos ao procurar uma resenha em veiculação online, pois tenho notado que alguns diálogos textuais, que se autodenominam resenhas, estão, na verdade, revelando explicitamente conteúdo indevido. Tenho reparado isso com certa frequência, pois geralmente quando termino de ler um livro, procuro na internet algumas opiniões sobre o mesmo, apenas para verificar como anda a aceitação daquele trabalho, como uma espécie de sondagem de mercado. E no caso deste livro, em três oportunidades de visitas á blogs e afins, eu encontrei gafes que revelam o conteúdo irrevelável da história. Ou seja, tem gente que no lugar de criar resenhas opinativas e instigadoras, acaba criando uma espécie de resumo do livro, o que compromete qualquer possível chance deste nos proporcionar alguma emoção.

Portanto, a primeira recomendação desta resenha (e talvez de todas as outras) é não procurar por nenhuma delas, antes de ter lido o livro. Se bem que, após ter lido, você provavelmente não precisará mais procurar por resenhas (fazer isso depois de ter lido é mania de gente esquisita, feito eu).
Bom, Vingança da Maré é um livro que chegou ao mercado com expectativas elevadas. Justamente porque a criação antecessora da autora foi muito boa. E eu sempre costumo dizer que livros de estreia, quando despertam elevada aceitação pública, acabam gerando exagerada expectativa quanto aos próximos trabalhos do autor. Se Elizabeth Haynes tivesse escrito este Vingança da Maré antes de seu megassucesso No Escuro (vide resenha neste blog), é bem provável que ela estivesse cotada atualmente entre as promitentes autoras de literatura da atualidade. Só que a problemática desse pensamento é que, caso a autora tivesse escrito este livro antes de seu maior sucesso, talvez ela ainda estivesse fadada ao anonimato, sem que as pessoas pudessem descobrir seu grande talento, que só viria posteriormente.

Mas nada aqui chega á ser exatamente ruim. É apenas inferior a autêntica capacidade narrativa que Elisabeth Haynes já nos provou ser detentora. A comparação é inútil, porém inevitável. E nós leitores, quando compramos o novo livro de um autor que já nos provou do que é capaz, queremos reviver mais daquele suspense cruciante e pungente, o qual nós degustamos em seu livro de estreia...
Mas esta pegada instigante, infelizmente ficou faltando nesta nova empreitada.

A trama conta a história de Genevieve, uma mulher determinada, objetivada á trabalhar arduamente, alternando entre seu emprego como executiva de vendas, com o de dançarina de pole dance, para concretizar um sonho: comprar um barco e mudar-se para o mesmo.
Inicialmente a ideia parece longínqua, mas seus dois empregos começam a render substancialmente, e em pouco tempo ela consegue dinheiro para tal realização. Mas já na festa de inauguração de seu barco, um corpo aparece boiando próximo ao ancoradouro do mesmo, e inesperadamente, Genevieve reconhece a vítima.

Tendo seu lar flutuante maculado, a moça se vê envolvida com perigos relacionados ao submundo, os quais ela pensou terem sido deixados pra trás, quando largou sua vida de dançarina noturna.
A ideia da história é bem legal, há aqui situações de crimes, traições e resgate do passado, alguns funcionando de forma relativamente fluente. Mas o livro talvez peque justamente no sentido de cativar por meio do suspense circunstancial. Porque seu segmento, embora pareça ter um breve início impactante, acaba seguindo por uma trilha morna, sem nenhuma relevante, e descamba para um final previsível... Porém não chega á ser decepcionante.

Eu reforço: a maior sugestão dada na resenha deste livro, amigo leitor, talvez seja exatamente o fato de que a expectativa pode ser venenosa, se nossa ânsia elevada recair sobre os ombros de um autor que foi brilhante em sua estreia.

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