sábado, 26 de janeiro de 2019

RESENHA DE LIVRO – QUANDO NOSSO BOTECO FECHA AS PORTAS


Foi preciso elevado esforço para conseguir chegar ao final desta obra de título fraseado, trama sonolenta e personagens apáticos. Sinceramente nem sei explicar quais teriam sido as razões que me despertaram o interesse neste livro, talvez folheando algumas páginas eu tenha gostado de sua essência coloquial... Enfim.

QUANDO O NOSSO BOTECO FECHA AS PORTAS é um trabalho morno para dizer o mínimo, que narra a primeira aparição de um personagem famoso, criado pelo autor Lawrence Block. Eu soube posteriormente que, embora aqui nos deparamos com a primeira história do detetive Matt Scudder, as aventuras mais famosas do personagem já haviam sido publicadas. Portanto, estamos diante de uma história que conta como tudo começou na carreira do herói, logo, os fãs do detetive devem ter gostado da obra.

Matt Scudder é um ex-policial que agora faz trabalhos particulares como detetive e passa a maior parte do tempo perambulando de um boteco para o outro, na irreverente Nova York do final do século XX. A bebedeira constante e que explica o título brega, nos remete à vida de um personagem estereotipado que aparentemente está entregue ao alcoolismo, muito embora isso não seja evidenciado pelo autor. E mesmo sob o efeito dos destilados, o detetive parte ao encontro com casos os quais foi contratado para resolver, transgressões típicas que ocorrem nas grandes metrópoles.

Infelizmente nada aqui funciona muito bem. E desconfio de que uma familiaridade com as aventuras do personagem em outros de seus livros, pudesse contribuir para deixar a trama menos insossa (mas é apenas uma hipótese, pois não li outras histórias dele). Matt é um homem com poucas personalidades que despertem alguma atenção, também não possui nenhuma originalidade. Sua aventura aqui não detém o característico clima desafiador que permeia os livros de cunho investigativo. Os diálogos são maçantes e não há nenhum personagem coadjuvante que ajude a resgatar o leitor dos constantes bocejos.

Vez ou outra podemos nos deparar com alguma situação em que o detetive vai ao encontro de uma pista aparentemente quente, o que faz surgir uma pontinha de esperança em relação à obra. Mas então na página seguinte encontramos Matt outra vez se embebedando num boteco qualquer, quase sempre na companhia de personagens esquecíveis.

E os referidos diálogos informais que supus terem me atraído, de fato estão lá. Contudo, a informalidade não é garantidora de um texto agradável. Se vale como leitura, como eu sempre costumo dizer? Talvez para os fãs da série do detetive Scudder. Mas sinceramente o mercado literário tem coisa boa demais para se ler. Não vale a pena perder tempo com esse volume que tropeçou no caminho entre os temas de investigação clássica e o drama existencial... Uma pena.

NOTA: 2,5

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